Região central de Montes Claros sofre invasão de camelôs

Com a grave crise econômica, número de camelôs no centro preocupa o mercado formal de Montes Claros

Vitor Costa, sob supervisão do editor
Hoje em Dia - Belo Horizonte
28/06/2017 às 01:11.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:17
 (Vitor Costa)

(Vitor Costa)

Os camelôs estão cada vez mais presentes na paisagem da cidade de Montes Claros. Estima-se que cerca de 100 ambulantes estejam trabalhando de forma completamente informal pelas ruas do município vendendo vários artigos, como adornos, comidas, bebidas, DVDs piratas e uma grande variedade de frutas. Eles se concentram principalmente nas calçadas no entorno de agências bancárias e supermercados.

Com uma banca de frutas improvisada, Júnior Santos trabalha há dois anos em frente a um dos maiores supermercados da cidade, com quem sempre se relacionou sem conflitos. “Nunca enfrentei problemas com o supermercado. Procuro limitar meu espaço para não prejudicar o comércio deles”.

Os produtos comercializados, segundo Júnior variam com a época, assim o lucro também depende do período. “O melhor período é entre outubro e janeiro. Tenho vontade de abrir um negócio, mas falta oportunidade e capital de giro, diz
 
APERTO
Paulo Pereira era pedreiro e trabalha há cinco anos na Rua Coronel Prates vendendo coco. Aposentado, recebe um salário mínimo e precisa comprar remédios caros não disponíveis na rede pública. O mercado informal foi solução. “Já cheguei a vender até dez cocos por dia. Ajuda na renda mensal”.

Vilson Soares de Souza trabalha há 20 anos com temperos no centro da cidade, e lamenta não ter um lugar fixo para trabalhar. “Quando abriu o Shopping Popular só levaram o pessoal das lojas, nós que trabalhamos com frutas, temperos e coisas de época nunca fomos convidados”, disse.

CDL cobra providências
Não são todos os comerciantes que toleram a ação dos camelôs em suas portas. Eles reclamam que a fiscalização da prefeitura está aquém do necessário. O problema teria se agravou depois que a administração municipal demitiu os fiscais, em janeiro deste ano.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Ernandes Ferreira, defende a retirada dos camelôs da região e a definição de um espaço adequado para eles, especialmente agora em que o comércio legalmente estabelecido sente os reflexos da crise econômica.

“O centro comercial é um cartão-postal da cidade, que precisa de tratamento diferenciado da administração municipal. Embora entendamos que estas pessoas também têm de garantir a sobrevivência, o que é legítimo, não é justo que o façam de forma desorganizada, como ocorre, em prejuízo do comércio”.

Maurício Gonçalves possui um estabelecimento comercial no Centro da cidade e diz que existe uma concorrência desleal com os ambulantes, que nada recolhem aos cofres. “Alguns colegas já sentiram o impacto no bolso. A atuação deles precisa ser disciplinada, porque está atrapalhando nós que estamos na legalidade. Falta a prefeitura disciplinar a atividade”.

Procurada a prefeitura apenas informou que no dia 10 de Junho foi realizada a “Operação Camelô”, que teria retirado de circulação “os ambulantes que estavam comercializando produtos, sem a licença municipal em espaços públicos”.

A Medida que não surtiu efeito, já que no dia seguinte eles retornaram às atividades e nos mesmos lugares.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por