(Christine Antonini )
O funcionalismo municipal rejeita a reposição salarial de 2,84%. Segundo a Associação dos Servidores Públicos de Montes Claros, a proposta de reajuste, que deveria partir dos 3%, sequer foi debatida pelo Executivo com a categoria. O sindicato também reclama que o texto foi enviado à Câmara com um mês de atraso.
“Esse prazo nunca foi respeitado. O servidor paga pela má gestão da administração municipal. Não concordamos com esse projeto”, diz Luís Ernandes, da Associação dos Servidores Públicos. “Deveria ser um reajuste pensado, discutido e pesquisado. Grande parte dos nossos servidores tem medo de brigar pelos direitos e ser perseguido”.
A recomposição salarial do funcionalismo foi tema de discussão ontem, em audiência pública no Legislativo. A Comissão de Finanças, Orçamento e Tomada de Contas da Câmara enviou requerimento ao Executivo solicitando que o reajuste seja de 3%.
A discussão refere-se ao projeto de lei n°32/2018, de iniciativa do Executivo. Os 2,84% repõem perdas inflacionárias, tendo como base o Índice Apurado de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Segundo a Secretaria de Planejamento e Gestão, a prefeitura tem 9.620 funcionários, entre efetivos e contratados, com despesa salarial mensal de quase R$ 25 milhões.
Os servidores reivindicam melhorias nas condições de trabalho, como segurança e reposição de materiais básicos para educação e saúde.
“Nossa escola foi assaltada várias vezes, pois faltam vigias. Temos que tirar do nosso bolso para pagar xerox e outros materiais. Cortaram vale-alimentação e transporte, até campanha para arrecadar roupas para os alunos temos que fazer”, contou a professora Juliana Alves, da Escola Municipal Simone Soares.
DENÚNCIA
Já o professor Robson Soares dos Reis, da Escola Municipal Afonso Salgado, lembrou que o município não paga o teto salarial dos professores.
“Outro ponto é sobre a constante perseguição política que temos dentro das escolas. Uma funcionária teve que pedir demissão. Fizemos queixa no sindicato e a gerente da Secretaria de Educação se retratou”.
O secretário de Planejamento e Gestão, Cláudio Ribeiro, afirmou que a Prefeitura de Montes Claros teve que cortar 10% dos funcionários para ajustar os gastos.
“Mesmo não sendo aumento salarial, a recomposição de 2,84% gera impacto na folha”, explicou.
Cláudio Ribeiro disse que a prefeitura teve que dispensar 10% dos contratados para ajustar os gastos. “Também estamos elaborando concurso público para professores com 1.012 vagas”, informou o secretário.