Procon descarta cartel da gasolina

Denúncia de vereador sobre preços iguais nos postos não foi confirmada pelo órgão de defesa do consumidor

Manoel Freitas
Hoje em Dia - Belo Horizonte
10/05/2018 às 06:02.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:45
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

O Procon descartou ontem a formação de cartel nos postos de combustíveis de Montes Carlos. O órgão de defesa do consumidor investigou denúncia feita pelo vereador Edmilson Magalhães (PSDB), que integra Conselho de Defesa do Consumidor no município. 

O parlamentar afirmou que, quando os preços não são iguais, a “diferença é de poucos centavos, o que exige uma mão firme, um braço forte do Procon e do Ministério Público”.

Edmilson Magalhães havia questionado ainda, em sessão plenária, o preço da gasolina na cidade – segundo ele, “muda praticamente da noite para o dia” – argumentando que o município hoje tem um dos combustíveis mais caros do Estado.

O diretor do Procon em Montes Claros, Alexandre Braga, garantiu que a instituição realiza rotineiramente o levantamento dos preços dos combustíveis e que não foi constatado, até o momento, indícios da prática irregular. 

“Nossos levantamentos apontam que existe uma variação de preço bastante relevante, que chega até R$ 0,40 por litro. Mas esses dados não fazem com que a gente diminua a atenção em relação ao mercado. Continuamos atentos, com análise até mesmo por regiões específicas”, afirmou.

A reportagem visitou quatro postos de combustíveis e constatou o preço de R$ 4,49 por litro de gasolina em todos eles. Nos quatro estabelecimentos, os proprietários não foram encontrados para comentar a denúncia de acordo comercial. 

O supervisor de vendas, Jonas Silva Martins, de 36 anos, disse que faz a rota para o Norte de Minas uma vez por semana e que “nunca pagou tanto por um litro de gasolina, como agora”. Morador de Belo Horizonte, disse que paga, em média R$ 4,29, pelo litro na capital e que nas demais cidades que percorre os postos têm preços diferenciados. “Só em Montes Claros não temos opção de preço”, afirmou.

A proprietária de um posto da cidade, que pediu para não ser identificada, argumentou que o valor do combustível final é sempre alto porque o total de impostos é de 45%. Ela negou a existência de cartel.

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) informou não ser papel da instituição fazer pesquisas de preço junto aos postos. O sindicato pontuou ainda não existir tabelamento no setor, lembrando que o mercado de combustíveis é livre e que cada empresário define seu preço de venda, que varia de acordo com inúmeros fatores, tais como estratégias comerciais, localização e concorrência.

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