(Márcia Vieira)
Quem circula pela cidade de Montes Claros já percebeu um aumento significativo no número de moradores de rua. Segundo dados da Pastoral dos Moradores de Rua, são cerca de 400 pessoas vivendo em condições de completo abandono e sem qualquer apoio do poder público.
Maricélia Oliveira era educadora social até o início deste ano, quando foi demitida pela atual administração municipal. Atualmente ela presta serviços nas ruas em conjunto com a Polícia Militar. Ela lembra que a Casa de Passagem e o Centro Pop (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua), ofereciam apoio psicológico e humano aos moradores de rua. “Obtivemos excelentes resultados na gestão passada. Havia respeito por essas pessoas. O serviço atual está longe do ideal. São os próprios moradores que dizem isso para mim”, conclui.
Elise Amaral é membro da Pastoral do Povo de Rua e também cobra investimento público maior. “O que a gente mais ouve deles é a necessidade de um abrigo e de oportunidades para saírem dessa situação. É necessário que se crie um comitê que lute por essas pessoas, com a melhoria de politicas públicas que foram implantadas pelas gestões passadas, mas que não recebem recursos atualmente”, disse.
Os moradores se concentram nas praças Doutor Carlos, Doutor Chaves (Matriz), Pio XII (Catedral), e arredores do Hospital Universitário, Rodoviária e Mercado Municipal. Um deles, J.M.C.M, de 54 anos, nem sabe há quanto tempo vive nas ruas do centro, mas pede maior atenção. “Sou aposentado e o pouco que ganho é apenas para comprar meus medicamentos, já que não os recebo gratuitamente. Estou na rua porque não tenho condições de pagar um aluguel”.