Moradores sem o saúde da família

Equipes do bairro Ciro dos Anjos estão sem agentes e visitas não acontecem em algumas ruas desde janeiro

Márcia Vieira
Montes Claros
20/06/2018 às 06:58.
Atualizado em 10/11/2021 às 00:50
 (MÁRCIA VIEIRA)

(MÁRCIA VIEIRA)

A falta de agentes que integram as equipes de saúde da família do bairro Ciro dos Anjos está deixando vários moradores sem atendimento. Os mais afetados são os idosos e deficientes, que têm dificuldades de locomoção e não conseguem se deslocar para uma unidade de saúde, como a da Vila Campos, com facilidade. Com isso, deixam de receber medicamentos controlados e para doenças crônicas.

O problema foi denunciado pela comunidade e levado à tribuna da Câmara pelo vereador Valcir Soares (PTB), que cobra ações urgentes da prefeitura.

“O papel do agente é estreitar o contato e fazer a ponte entre o médico e eu. Desde o início do ano não recebemos mais as visitas” , afirma Maria Ivete Fonseca, cadeirante que precisa constantemente de cuidados.

Para ela, além da falta do agente, a burocracia é outro entrave. Apesar de ter feito reabilitação em Belo Horizonte e adquirido uma certa independência em alguns procedimentos, Ivete diz que se deslocar ainda é um grande problema.

“Faço uso constante de fraldas, drenagem de seis em seis horas e pego outros materiais na Secretaria de Saúde. Isso acontecia a cada seis meses. Agora foi reduzido para três”, revela, alegando que ter que se deslocar mais vezes é muito difícil.

Para conseguir o remédio utilizado diariamente no controle da pressão, ela conta que é exigido do paciente que ele participe de uma reunião que dá orientações sobre o uso. Caso não compareça, não consegue acesso ao medicamento. “Se for um dia em que eu não puder ir, fico sem a receita e, consequentemente, sem o medicamento”.

Outra moradora do bairro que pediu para não ser identificada reclama da mesma situação. Ela conta que buscou informações sobre a falta de visitas e disseram que não haveria agentes suficientes para atender a demanda do bairro. 

O vereador Valcir lamenta a situação e diz que vai acionar a Secretaria de Saúde para uma solução imediata. “Estamos cobrando um posicionamento da secretária. O morador tem direito a receber essa assistência. Caso a secretaria não se posicione, iremos ao Ministério Público pedir uma providência”, garante. 

A reportagem tentou contato com a secretária Dulce Pimenta, mas as ligações não foram atendidas. No órgão, a informação repassada é a de que realmente não há o profissional para atender em algumas ruas do bairro e que provavelmente o próximo chamamento, ainda sem data para acontecer, contemplará a figura do agente para a região.

Ainda conforme o município, a secretaria trabalha atualmente com 136 equipes e cada uma tem entre quatro a seis agentes. “Pode ser que alguma rua esteja de fato, descoberta”, confirmou uma funcionária. 

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