(Vitor Costa)
Quem reside às margens do córrego que corta o bairro Renascença tem motivos de sobra para se preocupar. A área é ocupada por dezenas de famílias e fica próxima à avenida Minas Gerais, de grande movimento. A proximidade e, em muitos casos, o uso doméstico da água contaminada do local traz sérios riscos à comunidade.
O aposentado Irano Ferreira é um dos que residem na região, na companhia do filho menor de idade. E diz não ter condições de sair do local. “A prefeitura não dá a importância devida para nossa situação. A Defesa Social olhou os barracos, e ficou nisso. Nada, nada foi feito”.
Davison Fernandes Neves mora há pouco tempo no bairro e relata que o descarte irregular de lixo, a falta de capina do mato e o constante transbordamento do local em época de chuva fazem com que os moradores enfrentem muitos desafios. “Conviver com mosquitos, baratas e até ratos é algo comum para quem vive aqui. No período de chuvas, o córrego transborda e o lixo vai para dentro das casas”.
Davidson ressalta a preocupação em especial com as crianças. “Elas acabam tendo contato com as águas do córrego tomadas de esgoto. A água exala um mau cheiro muito forte. Alguma autoridade precisa tomar uma providência. É impressionante o descaso dado a nós, principalmente os moradores próximos. Tem pessoas com problemas de saúde devido a esse forte odor e contato com esse esgoto”.
O médico Thiago Magalhães afirma que a falta de saneamento básico, aliada a fatores socioeconômicos e culturais é determinante para o surgimento de infecções. “A ausência de tratamento de esgoto traz doenças como a leptospirose, esquistossomose, cólera e uma série de outras, podendo até levar a morte. Investir em saneamento básico é investir em saúde”.
A reportagem procurou a assessoria de comunicação da Prefeitura de Montes Claros, que não quis se pronunciar sobre o assunto.