(MANOEL FREITAS)
Montes Claros comemora hoje 161 anos de emancipação política. Mas historiadores da cidade discutem outras possíveis datas para o aniversário da “Princesinha do Norte de Minas”.
A primeira teoria é que Montes Claros teria 311 anos, com a fundação da Fazenda Montes Claros em 12 de abril de 1707. A propriedade pertencia a Antônio Gonçalves Figueira, que deu o nome à fazenda em homenagem ao seu avô, português que venceu a “Batalha Montes Claros” em 1665, entre Portugal e Espanha.
O historiador e fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, Dário Teixeira Cotrim, explica que Figueira desbravou o território norte-mineiro, até então desconhecido por muitos.
“A fazenda ficava em uma posição geográfica privilegiada. Então, Antônio Figueira aproveitou e fez estradas ligando a propriedade a Pitangui, na Bahia, e ao rio São Francisco. Com isso, ele criou uma ampla rede de distribuição de carne, recebendo o gado que vinha do estado baiano, através do ‘Velho Chico’, e abastecendo as cidades mineradoras de diamante com a carne já salgada (charque)”, conta o historiador.
Outro questionamento da história levanta que 3 de julho não seria o aniversário oficial da cidade, pois em outubro de 1831 a localidade era independente, já havia fundado a Câmara Municipal e possuía um intendente (cargo que era equivalente ao de prefeito).
Nesta época, não era mais a Fazenda Montes Claros e, sim, a Vila de Formigas de Montes Claros, fundada atrás da Igreja Nossa Senhora de São José (Igreja Matriz), onde atualmente é o centro histórico da cidade.
“A história traz que em 3 de julho de 1857 ocorreu apenas a mudança de nome para ‘Montes Claros’, mas que já havia uma sociedade, política e governantes. Acredito que o verdadeiro fundador de Montes Claros foi José Lopes de Carvalho, que instituiu o conhecido popularmente ‘Arraial das Formigas’”, conclui Cotrim.
CIDADE
Dados do IBGE mostram que Montes Claros atualmente tem 338.381 habitantes. Porém, esse número seria variável, pois a população universitária da cidade aumenta a cada ano, devido às inúmeras instituições de ensino no município.
A “Princesinha do Norte” também é considerada a capital do Norte de Minas e se tornou o polo norte-mineiro em relação à saúde, ao empreendedorismo e à educação.