(FLAVIO TAVARES)
Montes Claros está na lista de municípios onde o Ministério da Saúde recomenda a vacina contra febre amarela, pós-surto 2017.
Nos últimos seis meses, o número de mortes decorrentes da doença chegou a 15 em Minas Gerais, de acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
De acordo com o documento, 22 casos da doença foram confirmados desde julho de 2017 e outros 46 estão em investigação. Foram descartadas 40 ocorrências suspeitas no período.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, Minas Gerais concentra a maioria dos diagnósticos. Em Nova Lima, foi decretada situação de emergência em saúde pública após a quinta morte confirmada este ano.
Segundo a infectologista Dra. Claudia Biscotto, a chance de surto em Montes Claros é mínima. “Temos uma população imunizada. O risco da febre amarela urbana existe em qualquer região do Brasil, visto que o mosquito Aedes está presente em praticamente todos os municípios, mas os riscos são muito menores, onde a maioria da população está imunizada”, disse.
DOENÇA
A febre amarela é uma doença hemorrágica transmitida pelo mosquito fêmea infectado da mesma família do da dengue, zika e Flaviviridae. Na maior parte dos casos, os sintomas incluem febre, calafrios, perda de apetite, náuseas, dores de cabeça e dores musculares, principalmente nas costas. Nas graves, é letal em cerca de 50% dos casos. Os sintomas geralmente melhoram ao fim de cinco dias. Em algumas pessoas, no prazo de um dia após os sintomas melhorarem, a febre regressa com dores abdominais e lesões no fígado, provocando icterícia. Quando isto ocorre, aumenta o risco de insuficiência renal. O nome febre amarela se deve ao tom amarelado causado pela icterícia em alguns pacientes.
VACINA
Para quem tomou a vacina fracionada a proteção é por 8 anos e após esse período é preciso tomar nova dose. Quem tomou a vacina em dose única não precisa tomar novamente e vale para a vida toda. Pacientes que fazem tratamento com imunossupressores, como quimioterapia, e doses elevadas de corticoides, além de gestantes, portadores do vírus HIV, idosos acima de 60 anos, mulheres amamentando e alérgicos a componentes da vacina não devem se vacinar. Idosos e pessoas em área de risco devem procurar o médico para avaliação.
Em nota, a Secretaria Municipal de saúde de Montes Claros informou que o levantamento (LiraA) na cidade está sendo concluído e que o índice identificado logo será divulgado. Ainda em nota, afirmou que a população de Montes Claros já está amplamente imunizada.