Gasolina escassa e comida mais cara

Cidade já sente reflexos da greve dos caminhoneiros, e ônibus poderão circular em horário reduzido amanhã

Vitor Costa sob supervisão do editor
Montes Claros
25/05/2018 às 06:25.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:15

Iniciado na segunda-feira, o protesto de caminhoneiros contra o reajuste do diesel já tem reflexos em Montes Claros. Há desabastecimento nos postos de combustíveis, e o que resta no estoque deve durar só até amanhã. A circulação de ônibus pode ser reduzida e a escassez de produtos alimentícios se reflete no preço das mercadorias, que foi inflacionado. 

A situação de um posto na avenida Artur Bernardes, no Centro, se repete em outros espalhados pela cidade.

“Estamos sem etanol e diesel-S10, os estoques de gasolina e do diesel não duram mais 24 horas. Também não temos previsão de quando a situação se normalizará”, relata Cristiane Silva, responsável pelo posto. 

Na avenida João XXIII, no bairro Edgar Pereira, um posto registrou aumento de mais de 40% na demanda por combustíveis nos últimos dias, de acordo com o gerente Núbio Souza.

“Está tudo chegando ao fim devido à intensa procura. Provavelmente no sábado as bombas já estarão secas”, diz.

A paralisação pode comprometer também o transporte de passageiros. A Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Montes Claros (ATCMC) se reuniu com a MCTrans para estudar medidas. 

Segundo a gerente executiva da ATCMC, Jaqueline Camelo, as empresas Transmoc e Princesa do Norte colocaram carros em busca de combustível nos postos, na noite de quarta-feira, para preservar o estoque interno. 

“Caso a greve prossiga, a tendência é de que no sábado o número de ônibus nas ruas seja reduzido”, informa Jaqueline. 

A falta de combustíveis também prejudica as atividades operacionais da Cemig. A empresa informou que está priorizando a execução dos serviços emergenciais que geram maior impacto para a população e que, para isso, foi obrigada a interromper a execução de ações programadas. 
 
ALIMENTOS
Na Central de Abastecimento do Norte de Minas (Ceanorte), segundo o presidente Flávio Reis, já foram registrados reajustes de preços em alguns produtos. 

“Houve aumento de mais de 20% em produtos como batata, cenoura e tomate, em consequência da redução na quantidade que chega até a central. No geral, caso a situação não se resolva, já na próxima semana os impactos serão mais visíveis devido à escassez de mercadorias”, afirma Flávio. 
 
DISTRIBUIÇÃO 
De acordo com o representante do Minaspetro, Gildeon Gonçalves, o abastecimento em Montes Claros foi comprometido porque os caminhoneiros fecharam na manhã de ontem a base regional de distribuição de combustíveis que fica no município. 

“A previsão é a de que até sábado os combustíveis acabem em toda a cidade. A base que abastece a região fica em Montes Claros, por isso a cidade não corria risco de ficar sem o abastecimento, mas com o fechamento da unidade a situação está crítica”, diz Gildeon Gonçalves. 

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