Família diz que tiro de PM matou Ruan; adolescente foi morto em março deste ano

Informação, que estaria em laudo pericial, reforça depoimento de testemunha sobre execução de garoto

Christine Antonini
Montes Claros
22/08/2017 às 23:42.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:13
 (Divulgação/PM)

(Divulgação/PM)

Um laudo e o relato de uma testemunha alimentam as esperanças da família de Ruan Nicácio Ramos de Souza de ver a morte do garoto de 13 anos solucionada. Assassinado no bairro Renascença em março, o adolescente teria sido atingido pelo disparo da arma de um policial militar. A conclusão faria parte da perícia da Polícia Civil, à qual o advogado dos pais de Ruan, Fábio Tolentino, teve acesso.

Na época do crime, foi divulgado que Ruan havia sido esfaqueado. Porém, na funerária onde o corpo do garoto foi preparado para o sepultamento, constatou-se que ele foi baleado.

A partir daí, a suspeita do envolvimento de militares passou a ser considerada, diz o pai do menino.

“Antes de levar meu filho para o velório, resolvi ir até o local onde estavam lavando o corpo. Estava conversando com meu cunhado sobre a crueldade de terem matado um jovem com uma faca. Foi quando o funcionário da funerária falou: ‘seu filho não levou nenhuma facada, ele foi morto por um tiro que rasgou a pele e deu a impressão de ser corte de faca’. Nessa mesma hora, peguei a bala e levei até a Polícia Civil”, conta o pai, Rubens Ramos Souza.

Segundo uma testemunha que já teria sido ouvida pelos investigadores, Ruan estava na praça Sidney Júnior, à noite, quando foi abordado por três policiais militares em uma viatura. Os PMs teriam revistado o garoto e feito várias perguntas. Depois, teriam mandado Ruan correr. Nessa hora, de acordo com o relato, um militar teria efetuado o disparo. “A testemunha contou os detalhes da ação dos policiais. Não tenho raiva de ninguém, mas quero justiça pelo meu filho”, diz Rubens.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Bruno Rezende, o inquérito está perto de ser concluído. “Ainda não vamos nos manifestar sobre o assunto para não atrapalhar o andamento das investigações. Após a conclusão, vamos divulgar uma nota a respeito, e, havendo indiciamento, os responsabilizados responderão às medidas judiciais implicadas”, pontua.

POSIÇÃO
Em nota, a assessoria da Polícia Militar informou que caso haja comprovação da prática de qualquer irregularidade por integrantes da instituição estes serão devidamente responsabilizados.

Já sobre o laudo que apontaria a origem do tiro que matou o jovem, a PM afirmou que ainda não recebeu o relatório da Polícia Civil.

O Inquérito Policial Militar foi finalizado e encaminhado à Justiça Militar Estadual, para eventuais andamentos. Procurada, ela não se manifestou sobre o caso.

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