Falta de política pública eficaz faz crescer número de moradias improvisadas nas ruas de MOC

Vitor Costa, estagiário sob supervisão do editor
19/09/2017 às 20:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:38
 (Vitor Costa)

(Vitor Costa)

A falta de estrutura e de iniciativas eficazes para abordar e abrigar os moradores de rua é o principal motivo para que o problema persista em Montes Claros, segundo pessoas que trabalham diretamente com essa parcela da população.

Vinícius Souza desenvolve, junto a amigos, trabalhos sociais com os moradores de rua, como a entrega de alimentos e agasalhos. “O que a gente mais ouve deles é a necessidade de um abrigo, para isso é necessário que o poder público disponibilize recursos”, afirma.

No início do ano, o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) chegou a ficar fechado. Hoje, conta com mais de 300 cadastrados. O local funciona das 7 às 17h, pois o prédio não possui infraestrutura necessária para oferecer o pernoite.

Maricélia Oliveira também presta ajuda à população em situação de rua com o apoio da Polícia Militar e afirma que o serviço atual está longe do ideal.

“Fui educadora social até o início deste ano, quando ocorreu a minha demissão e a de outros colaboradores pela atual administração. Até dezembro do ano passado tínhamos excelentes resultados porque havia respeito por essas pessoas, o que não está ocorrendo hoje e são os próprios moradores que dizem isso. A prova disso é descaso do poder público com essas iniciativas”, disse.

Se não bastasse a falta de assistência, moradores que estão vivendo pelas ruas da cidade denunciam inclusive a truculência na abordagem de fiscais.

O fato já tinha sido abordado quando o município sediou o curso de “Atualização em Vigilância Socioassistencial do SUAS (Sistema Único de Assistência Social)”, em junho deste ano.

“Nós também somos gente. Ninguém vai acabar com os moradores de rua recolhendo nossas coisas e muito menos batendo”, diz G.S., que vive nas ruas há oito meses.
 
NÚMEROS
Há divergências sobre quantas pessoas estão sem moradia ou qualquer assistência nas ruas da cidade. A maior parte das associações estima em 400 pessoas fora do convívio social e familiar.

No entanto, o Consultório de Rua, programa do governo federal para atender os moradores, apresentou em audiência pública no último dia 14, na Câmara Municipal, o número 840 pessoas cadastradas como moradores de rua na cidade.

A reportagem tentou ouvir a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social para falar sobre o assunto, mas não obteve retorno.

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