Estudante de MOC em rede de pedofilia

Universitário é um dos suspeitos investigados em megaoperação da Polícia Federal deflagrada ontem

Christine Antonini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
25/07/2017 às 23:28.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:45
 (DIVULGAÇÃO/polícia federal )

(DIVULGAÇÃO/polícia federal )

Um universitário de Montes Claros está entre os suspeitos investigados pela Polícia Federal na segunda fase da Operação Glasnost, que apura crimes de exploração sexual de crianças e o compartilhamento de pornografia infantil na internet. Agentes estiveram na casa do estudante de engenharia florestal. No imóvel foram apreendidos equipamentos de informática – como notebooks, HD externo e pendrives – que serão submetidos a exame pericial para identificar o possível armazenamento de fotos e/ou vídeos ilegais. 

O estudante era aguardado à tarde na delegacia, mas apenas os advogados dele compareceram. Ele não foi preso porque não houve flagrante. 

A operação foi realizada em todo país. Em Minas, outras três cidades, além de Montes Claros, foram alvo da operação.

A PF chegou à casa do suspeito, no Centro da cidade, pela manhã. Segundo o delegado Pedro Dias Santos, o estudante de classe média apresentou-se tranquilo e confessou ter recebido e compartilhado material pornográfico de crianças. 

Durante coletiva logo após a operação, o delegado explicou que a investigação é um desdobramento da Operação realizada em 2013, quando, por meio de envolvido, foi possível chegar até outros criminosos. 

“Basta derrubar um pedófilo que conseguimos chegar a toda rede. Pois eles agem com ‘moeda de troca’, ou seja, só recebe um material se enviar outro com o mesmo assunto”, afirmou Pedro Santos. 

APURAÇÃO
A investigação teve como base o monitoramento de um site russo – no qual o estudante montes-clarense estava cadastrado – utilizado como espécie de ponto de encontro de pedófilos do mundo todo, e resultou na identificação de centenas de usuários, brasileiros e estrangeiros, que compartilhavam pornografia infantil. 

Ainda de acordo com o delegado, o estudante teria repassado imagens obscenas de diversas crianças para pessoas que não residem em Montes Claros. As vítimas das imagens não puderam ser identificadas. 
 
CRIME
A Polícia Federal alerta que a pedofilia sempre é uma atitude praticada em grupo, pois além do abusador, tem quem filma e ou/fotografa, os que recebem o material e o compartilham. Todas essas ações são consideradas crimes graves. 

A recomendação da PF é que quando esse tipo de arquivo for recebido, o usuário deve apagar e acionar a polícia –até mesmo armazenar o material pode levar à prisão. 

A Polícia Federal alerta que a pedofilia sempre é uma atitude praticada em grupo, pois além do abusador, tem quem filma e ou/fotografa, os que recebem o material e o compartilham. Todas essas ações são consideradas crimes graves


Suspeitos de todas as idades
Na segunda fase da Operação Glasnost a Polícia Federal cumpriu 72 mandados de busca e apreensão. Segundo o delegado Pedro Dias dos Santos, os alvos eram de todas as classes sociais e com idades variando de 18 a 80 anos. 

Durante a investigação da PF foram identificados e presos diversos abusadores sexuais, bem como resgatadas vítimas com idades de 5 a 9 anos. 

Os investigados produziam e armazenavam fotos e vídeos de crianças, adolescentes e até mesmo de bebês sendo molestados sexualmente por adultos e as enviavam para contatos no Brasil e no exterior.

O delegado ainda ressalta que para utilizar o site russo o usuário tem que ter no mínimo o domínio do inglês e que a plataforma na Rússia é legalizada, uma vez que a legislação é diferente da que vigora no Brasil. 

Anteriormente à deflagração dessa segunda fase da operação foram cumpridas medidas urgentes nas cidades de Osasco, Presidente Prudente, Jundiaí e Praia Grande, em São Paulo; Porto Alegre; Vila Velha e Cachoeira do Itapemirim, no Espírito Santo, e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, tendo em vista a identificação de casos concretos de abusos sexuais contra crianças. Em todos eles, foram presos os abusadores e identificadas as vítimas, segundo o delegado. (C.A.) 

Glasnost é um termo russo que significa transparência. A palavra foi escolhida porque a maior parte dos investigados utilizava servidores russos para a divulgação de imagens de menores na web
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