Espaços públicos de Montes Claros são alvo de vandalismo; PM registrou somente três queixas este ano

Christine Antonini
Montes Claros
15/08/2017 às 00:22.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:05
 (Fotos: Christine Antonini)

(Fotos: Christine Antonini)

Uma volta na cidade de Montes Claros e são perceptíveis, especialmente em pontos turísticos, lugares alvos de vandalismo. Muros pichados, patrimônio público e privado destruídos. Mesmo com o cenário danificado por vândalos, a Polícia Militar pontua que apenas três ocorrências foram registradas neste ano, o mesmo número de 2016. A corporação ressalta que a maioria da população prefere não registrar o boletim de ocorrência.

Nem mesmo o Corredor Cultural que um dos principais pontos turísticos de Montes Claros, ficou livre dos pichadores. O local que receberá nesta semana as tradicionais Festas de Agosto, constantemente é alvo de vandalismo. “Já vi até os postes de iluminaria arrancados. Aqui também é usado como ‘banheiro’ pelos moradores de rua”, conta Sebastião Montenegro, que reside no local há 20 anos.

É considerado ato de vandalismo qualquer ação que efetive dano lesivo ao patrimônio público ou particular, de maneira intencional. Para o Código Penal, os atos de vandalismo podem, também, ser enquadrados como crime de dano, com pena mínima de um mês de detenção, podendo chegar à máxima de três anos.

De acordo com o major Valter Soares, assessor de planejamento e emprego operacional da 11ª Regional de Polícia Militar, as pessoas não registram a ocorrência por não ter como provar quem praticou o ato ou por achar que isso não é crime. “Todo crime deve ser registrado, seja ele leve ou grave. A população precisa saber que os culpados são punidos até mesmo para ser exemplo para outros não praticarem o delito”, pontua o major.
 
AJUDA
A falta de iluminação também contribui para as ações que geralmente são praticadas durante a noite. A exemplo disso, está a praça Honorato Alves, em frente o hospital Santa Casa, onde as lâmpadas estão queimadas há meses, e com isso ninguém sabe quem pichou a escultura feita pela Irmã Beata.

Dificilmente é possível encontrar algum telefone público do Quarteirão do Povo, funcionando. Pois, os ‘orelhões’ constantemente são quebrados e/ou pichados.
 
OUSADIA
A ousadia de um adolescente de 16 anos de idade foi tão grande que ele resolveu pichar o posto de observação da Polícia Militar, localizado na praça Doutor Carlos Versiane. Enquanto ele pichava “thik vida loka”, as câmeras do olho vivo registraram a ação. O menor que já tinha manifestado contra a PM nas redes sociais, foi identificado e prestou esclarecimentos na delegacia junto com os pais. Por ser menor de idade, o autor deverá receber medida socioeducativa a ser determinada pela Vara da Infância e da Adolescência.

A psicóloga comportamental, Laura Machado, destaca que atitudes de vandalismo podem ser consideradas protesto, chamando atenção para algum assunto. “A pichação é algo que começa na juventude. O adolescente rebelde que não está contente com alguma posição do meio onde vive expressa isso em locais públicos como protesto. Cabe aos pais observarem atitudes estranhas que os filhos possam estar passando”, explica.

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