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O Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Manoel Caribé Filho, no bairro São Judas, teve que fechar as portas devido à disputa pelo comando do tráfico de drogas na região.
A decisão aconteceu na última terça-feira, após reunião do colegiado que determinou a suspensão das atividades na unidade de ensino devido ao risco aos alunos.
Pelo menos 150 estudantes estão sem aula. Pais e funcionários reivindicam transferência da instituição.
O São Judas está entre os maiores bairros de Montes Claros. Fica no entroncamento de diversas regiões da cidade, como Sumaré, Doutor João Alves e Cristo Rei, onde existem pontos de venda de drogas que influenciam diretamente na segurança dos moradores.
O Cemei já foi atacado por vândalos diversas vezes, com casos de pichação, depredação e arrombamento seguido de roubo. Agora, nem funcionários e pais dos alunos estão sendo poupados pelos criminosos.
“Os traficantes ameaçam os pais dos alunos que moram na outra região, onde fica a concorrência pelo ponto. As intimidações também chegaram até nós. Por diversas vezes, os professores são abordados no trajeto, têm carros arranhados. Solicitamos a transferência do Cemei em dezembro do ano passado e até agora não tivemos resposta”, diz uma funcionária que não quis se identificar.
A decisão do colegiado foi que as aulas somente retornarão quando houver outro prédio para a instituição. Segundo o secretário de Educação, Benedito Said, a prefeitura está procurando outro local para o Cemei. Segundo ele, porém, o retorno das aulas está previsto para a próxima segunda-feira.
SEGURANÇA
Casos de arrombamento e vandalismo nas escolas vêm crescendo desde que a prefeitura demitiu cerca de 500 vigias responsáveis pela segurança do patrimônio. Em janeiro, foi assinado contrato para instalar sistema de vigilância eletrônico e monitoramento de 182 prédios públicos na cidade, no valor de R$ 425 mil por ano. A empresa ganhadora da licitação terá até quatro meses para instalar os aparelhos, o que não ocorreu até hoje.