Usuários do transporte especial em Montes Claros estão com dificuldade para ter acesso ao benefício, garantido por lei aos que têm mobilidade reduzida. Uma das alegações é a de que não conseguem agendar o transporte. A frota inclui nove veículos e transporta 130 pessoas por dia, mas há 800 pessoas cadastradas. 

Alguns veículos têm capacidade para cinco pessoas e outros, apenas três, de acordo com a MCTrans, que administra o serviço. O assunto foi debatido ontem em audiência pública, na Câmara Municipal. 

Rosely Batista, moradora do bairro Independência é mãe de Samara, de 16 anos, portadora de microcefalia. Para ela, além da desorganização no atendimento, não existe manutenção nos veículos, o que coloca em risco os passageiros.

“Quando o atendimento é pelo SUS, se faltarmos duas vezes, perdemos a vaga. Outro dia quase ocorreu um acidente. A porta da Van estragou e abriu quando o carro estava em movimento. Em vez de usar o cinto na cadeira, eles estão utilizando para amarrar as portas”, denuncia.

Sidalva Oliveira, mãe de Gabriel Santana, de 12 anos, reclama que existe apenas um número disponível para agendamento e as linhas estão sempre congestionadas. “A gente fica das 7h30 às 9h30 tentando agendar e às vezes eles atendem e falam que não tem mais vagas. Minha mãe me leva pra escola empurrando a cadeira de rodas”, diz Gabriel. 

O presidente da MCTrans, José Wilson Guimarães, disse durante a audiência que até outubro o município irá fazer licitação para adquirir novos veículos. O vereador Valcir sugeriu que a MCTrans considere o agendamento fixo como alternativa. “Há pessoas que precisam diariamente do transporte, como os estudantes. Neste caso, a empresa, sabendo disso, deveria cumprir a rota diariamente, declarou. 

Compartilhar