(Vitor Costa)
De frutas a eletrônicos, a lista de produtos vendidos nas ruas de Montes Claros por ambulantes ilegais é extensa. O comércio estima que sejam mais de 100 ambulantes espalhados pela região central, nas praças e principais avenidas da cidade.
Por ser polo regional, o município recebe, inclusive, camelôs que moram no entorno, o que vem aumentando nos últimos meses. Muitos, como João Gonzaga, apontam a seca que assola a região como um dos motivos.
“Sou de Mirabela e moro na cidade há seis meses. Mudei por causa da falta de chuvas. Não encontrei trabalho na zona rural. A seca agrava a situação e, por isso, muitos trocam a roça pela cidade. Aqui pelo menos consigo vender água de coco”, diz João.
Os comerciantes, no entanto, reclamam da concorrência e cobram uma posição da prefeitura. O empresário Rodrigo Guedes, do ramo de eletrônicos, alega que os vendedores ocupam as portas das lojas e atrapalham a entrada de compradores.
“A fiscalização não dá conta da quantidade de gente que ocupa o espaço público para vender produtos. Eles atrapalham a circulação do público em frente às lojas. A situação saiu do controle faz tempo”, declara Rodrigo.
Laura Silveira possui uma lanchonete e diz se sentir lesada com a situação. “A gente sente o impacto no bolso. Você anda pelo centro e encontra um vendedor de salgado em cada esquina. O comerciante tem que pagar vários impostos, aluguel e cumprir diversas demandas para que o estabelecimento possa estar aberto. A outra questão é saúde pública, ninguém sabe a procedência dos alimentos”.
INTEGRAÇÃO
A presença dos camelôs nas ruas não é um risco apenas para o comércio legalizado, pondera o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Montes Claros, Ernandes Ferreira.
“O problema não é novo. Já nos reunimos com a prefeitura e fomos informados de que os fiscais estariam com receio de notificar os vendedores por motivos de ameaças”, diz Ernandes.
O presidente da CDL informa ainda que as associações de classe se reuniram na instituição para discutir o problema.
“Contamos com o apoio da polícias Civil e Militar e da prefeitura para que seja encontrada uma solução conjunta. Não prejudica só o comércio, mas também a população, uma vez que se desconhece o histórico dos produtos ofertados”.
Procurada, a Prefeitura não se pronunciou sobre os ambulantes que comercializam produtos sem licença pela cidade.