Correios podem parar em MOC

Servidores prometem cruzar os braços a partir das 22h de hoje após perda de direitos e condições precárias

Manoel Freitas
Montes Claros
07/08/2018 às 04:11.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:48
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

Servidores dos Correios de Montes Claros prometem cruzar os braços a partir das 22h de hoje em protesto contra o sucateamento das unidades da empresa e descumprimento do acordo coletivo.

Durante a manhã de ontem, o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Minas Gerais percorreu as várias agências da instituição na cidade para mobilizar os servidores. Além disso, o ato tinha como objetivo chamar a atenção para uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores, marcada para o dia 14 de agosto, às 19h.

Na reunião serão denunciadas as condições de trabalho e todas as questões que estão motivando a paralisação.

De acordo com Haino Souza Dutra, de 37 anos, que representa o sindicato na cidade, “os trabalhadores estão perdendo direitos históricos, com o acordo coletivo sendo atacado diretamente”, além da retirada do tíquete alimentação e do plano de saúde.

De acordo com o representante do sindicato, os Correios propõem um aumento de apenas 2%. “Isso não vai fazer nenhuma diferença na vida do trabalhador”.
 
SEM INVESTIMENTOS
O sindicalista disse que o órgão federal “pede socorro porque passa por um processo de sucateamento, ocasionando precariedade dos serviços”.

“Inexistem investimentos em computadores, bicicletas, motos, carros, enfim, se não nos mobilizarmos agora, será o fim dos Correios, que não fazem concursos, optando por terceirizar serviços, modo moderno de pagar menos e explorar ainda mais os trabalhadores”, ressalta Haino Dutra.

A principal manifestação ontem ocorreu na Agência Central, na Praça da Matriz. Movimento que se repetirá hoje. A unidade estava lotada.

A usuária Zoraide Elisabete Ramos Almeida, de 55 anos, moradora da Vila Exposição, estava na agência no momento da mobilização.

Ela disse acreditar no movimento grevista como forma de melhorar os serviços que, segundo ela, “andam meio devagar”. “Qualquer redução no número de funcionários pode prejudicar ainda mais o atendimento”, afirma Zoraide.

Ela conta que vai três vezes ao mês na Agência Central para enviar correspondências, fazer pagamentos e acompanhar a mãe Maria Martins, de 85 anos, que recebe pensão. “Precisamos apoiar o movimento para termos um serviço melhor”, enfatizou. 

Em nota, a assessoria de comunicação dos Correios informou que a empresa ainda está em negociação com as representações sindicais.

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