Cerca de 300 famílias ocupam um terreno na Vila Prodacon, região do Distrito Industrial de Montes Claros. Os integrantes da ocupação alegam que o local trata-se de uma área com solo fértil e reivindicam o terreno para moradia e plantio. Ainda segundo o movimento, os participantes desta ocupação são de maioria famílias que não foram atendidas pelo programa “Minha Casa, Minha Vida” no município.

Depois de permanecer 11 anos na fila de espera pela casa própria J.S decidiu ocupar a área depois de saber que as possibilidades de ser atendida pela programa diminuíram.

“Somos moradores da própria região do Distrito Industrial. A maioria que está aqui na ocupação trabalha, as nossas crianças frequentam a creche e a escola da região. O que nós queremos é um lugar para chamar de nosso. A expectativa é ganhar essa terra. Estamos lutando por isso. Até onde sabemos ela é produtiva, mas não tem nada plantado”, afirmou a moradora.

Segundo um dos lideres da ocupação, que preferiu não se identificar, quando os primeiros ocupantes iniciaram as armações dos barracos com lonas, eles acreditavam que o local fosse uma área da prefeitura.

“Decidimos ocupar a terra, e com nove dias de ocupação fomos procurados pelo dono do terreno e pedimos que comprovasse o pagamento da terra com os impostos em dia. Depois disso não tivemos mais contato. Então decidimos permanecer no local. Durante estes 20 dias de permanência, ainda não recebemos a visita de nenhum órgão público, e estamos tentando manter a ordem a partir de uma lista de ocupação feita por nós para ter um controle do número de moradores”, disse.
 
NECESSIDADES
A dona de casa Giselly Silva mora próximo à estrada que dá acesso a ocupação e relata que os moradores que ali residem passam dificuldades. “Moradores dos bairros próximos tem feito doações para ajudar, porque muitos são conhecidos nossos e merecem um lugar para morar. Quem está lá é quem não tem onde morar. Eles estão vivendo sem luz e consumindo água imprópria do Rio do Cedro”.

O NORTE tentou contato com a Secretaria de Desenvolvimento Social, que transferiu o assunto para a Diretoria Municipal de Habitação, onde fomos informados que a pessoa autorizada a responder sobre o tema não podia nos atender ontem. Ninguém da Assessoria de Comunicação da Prefeitura foi encontrado para falar sobre o assunto. Ate o fechamento da edição os donos do terreno também não foram localizados.

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