A Cemig realizará, de 13 a 19 próximos, na galeria de arte do seu edifício-sede, a exposição Identificador. Os trabalhos de Nydia Negromonte, Roberto Bethônico e Mabe Bethônico representarão, artisticamente, ambientes da própria empresa. A abertura da mostra será às 19h30. Os três artistas fizeram, desde fevereiro deste ano, uma pesquisa dentro do próprio edifício-sede da Cemig, para formar o eixo conceitual da mostra. O ponto de partida foi a biblioteca e os arquivos da empresa. Como resultado, as relações de trabalho do cotidiano dos empregados e os ambientes da empresa serão tratados pela exposição.
Na abertura, a artista plástica e gravadora graduada, pela Escola de Belas Artes - EBA da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, onde hoje leciona, Mabe Bethônico, promove três palestras, das 20 às 20:45, tendo como tema, a luz, diversa da elétrica. A artista trabalha desdobramentos etimológicos da palavra.
ILUMINISMO E PIROTECNIA
“Serão tratados assuntos diferentes, que tenham como referência a energia elétrica, objetivando mais precisamente a luz. O Iluminismo, a pirotecnia, o processo de luzes no cabelo, a luz própria do vaga-lume e a luz na psicanálise, são exemplos disso”, explica Mabe. O resultado de sua pesquisa é a Revista Luciana, com ensaios de colaboradores que escrevem sobre esses temas. O impresso ficará disponível para consulta dos visitantes.
A bacharel em desenho também pela UFMG, Nydia Negromonte, traz as obras Peixamento, Copinha e Topônimo. A primeira levará ao jardim de entrada do edifício-sede, onde há um espelho d’água com peixes, 50 sacos plásticos preenchidos com água e ar comprimido. “É uma referência ao processo feito pela Empresa em várias represas e rios em que possui usinas hidrelétricas”, revela Nydia. A instalação, Copinha, será uma releitura dos espaços existentes em todos andares do prédio, destinados ao lanche dos empregados. “Dessa forma, explorando o ambiente da Cemig, faço a relação da distribuição de energia das usinas, em kW, com os alimentos, em kcal”, explica.
INTERVENÇÃO
Topônimo é uma intervenção pensada pela artista, em que 40 placas, nos moldes das de orientações existentes no hall de entrada do edifício-sede, serão afixadas no próprio local. Nelas, porém, estarão os nomes de cidades e locais em que a Cemig possui usinas ou represas. “Paisagens criadas e modificadas pela Empresa estarão nas plaquetas”, disse.
Roberto Bethônico também é professor e graduado, em desenho, pela EBA-UFMG e mestre em artes visuais pela mesma escola. Ele fará uma instalação, Reflorestamento, além de outros trabalhos com imagens relacionadas à Empresa, que serão expostas com interferências do artista. Segundo ele, ao pesquisar os arquivos da Biblioteca, encontrou muitas referências às plantas. Sua ação é de recolher, mediante empréstimos dos empregados, várias mudas existentes nas mesas e espaços de cada um, e distribuí-las na Galeria e no seu entorno.
“Trato a relação natural/artificial. Para isso, as plantas artificiais dos corredores da Cemig servirão de contraponto às cedidas pelos empregados, assim como fotos de cachoeiras no lugar das quedas d’água construídas para as hidrelétricas”, conta. Nos trabalhos Fonte (uma placa de acrílico) e Luz noturna (equipamento feito de plástico, luz e interruptor), que irão compor a exposição, serão representadas cachoeiras. As outras duas obras do artista, Paisagismo (livro de imagem) e Paisagem institucional (mesas de ferro e vidro, com fotografias e etiquetas adesivas), mostram mais relações das plantas com os espaços em que elas existem.
LEITURA ARTÍSTICA
Identificador traz, portanto, a leitura artística de três pessoas, sobre o espaço da Empresa. “É a identidade da Cemig sob a ótica de cada um”, disse Nydia. Além disso, o título da exposição é uma alusão ao número que identifica cada consumidor de energia elétrica, na conta de luz.
O edifício-sede da Cemig fica na avenida Barbacena, número 1200, no bairro Santo Agostinho. A abertura da exposição acontece na próxima terça-feira, dia 13 de setembro, às 19:30. Do dia 14 ao 19, o horário de visitação é das 8 às 19 horas. A entrada é franca.