A Cemig realizou ontem, segunda-feira, a segunda Semana da eficiência energética, que se estende até amanhã, quarta-feira. Em alguns hospitais mineiros, a modernização dos sistemas permite melhorias para a qualidade de vida de pacientes, médicos e funcionários dos hospitais, reduzindo infecções hospitalares e possibilitando um atendimento mais humano, reduzindo os custos com internações.
O engenheiro de soluções energéticas e coordenador de projetos de combate ao desperdício em hospitais, Fernando Queiroz Almeida, explica que os hospitais escolhidos pela Cemig são instituições com recursos escassos, equipamentos obsoletos, com grande parte de seus leitos destinados a pacientes carentes e usuários de energia, despreparados para o uso racional e sem conhecimento da composição da fatura de energia elétrica.
- Aquele sistema que está gastando mais energia e tem maior possibilidade de economia é escolhido para ser substituído por outro mais moderno e eficiente. Os sistemas encontrados são: iluminação, autoclaves, ar condicionado, refrigeração, elevadores, ventilação/exaustão, bombeamento de água, ar comprimido/vácuo, lavanderia, eletrodomésticos e equipamentos médicos - diz.
POTENCIAL DE ECONOMIA
Para saber o tipo de sistema que vai se tornar eficiente, a Cemig realiza um estudo preliminar do potencial de economia. O passo seguinte é realizar um diagnóstico energético mais minucioso, para compor o projeto executivo, que será realizado com a substituição de equipamentos.
Os hospitais das clínicas Santa Casa de Misericórdia e o Pronto Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, e o Hospital Geral, em Governador Valadares, tiveram seus sistemas de iluminação substituídos, e os investimentos somam, aproximadamente, R$ 1 milhão. A concessionária investiu em equipamentos elétricos de iluminação e mão-de-obra para instalação, além de projetos técnicos e diagnósticos energéticos.
O CME - Centro de material esterilizado é outro alvo de projetos de eficiência energética da empresa. Nesse centro são esterilizados materiais têxteis, líquidos em recipientes, instrumentais metálicos, materiais de borracha e vidraria em geral. As autoclaves são os principais equipamentos da CME, que pode ser considerada uma área de vital importância numa planta hospitalar.
MODERNAS AUTOCLAVES
De acordo com Fernando Almeida, autoclaves antigas, com tecnologia obsoleta de esterilização, obedecem a longos ciclos de esterilização, que podem, dependendo do estado de conservação, atingir seis horas por ciclo - o que leva a um regime de funcionamento de 24 horas por dia. Em contrapartida, modernas autoclaves propiciam ciclos de esterilização de cerca de 30 minutos.
- Essa grande diferenciação tecnológica permite, além da economia de energia, retirar completamente o uso desses equipamentos do horário de ponta do sistema elétrico - informa o engenheiro.
A Cemig já realizou a substituição de cinco máquinas nas Santas Casas de Misericórdia, de Belo Horizonte e de Montes Claros, sendo que o investimento foi de, aproximadamente, R$ 420 mil, e resultou em economia de 810 MWh por ano.
A demanda foi reduzida em 210 kW., e outras autoclaves foram substituídas em hospitais de Divinópolis, e até o final de setembro, hospitais de Itajubá e Varginha vão funcionar com novos equipamentos de esterilização.
No Pronto Socorro João XXIII vai ser implantado o projeto de aquecimento de água, que poderá reduzir pela metade o tratamento de vítimas de queimaduras graves que o hospital atende, sem falar na qualidade de vida dos pacientes, da melhoria das condições de trabalho e redução dos custos com o tratamento, que podem chegar a R$ 1,5 mil com pacientes médios de queimadura, e R$ 2,5 mil para casos graves por dia.