Casal vende trufas para realizar sonho do casamento

Raimara e Renato mostram que é preciso acreditar e lutar por aquilo que se quer e já planejam cerimônia

Alice Veloso*
O Norte - Montes Claros
20/09/2018 às 06:43.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:33
 (ALICE VELOSO)

(ALICE VELOSO)

O sonho de casar na igreja, com tudo o que uma noiva tem direito – um belo vestido, véu, flores, música e uma bonita celebração – não saía da cabeça de Raimara Mendes Macedo, de 29 anos, mesmo depois de já ter se unido a Renato Mendes, de 26, no civil em setembro do ano passado.

O jovem casal, porém, esbarrava em um problema para realizar o sonho: o grande investimento financeiro. Além disso, precisavam juntar dinheiro para comprar a casa própria. A ideia para incrementar o orçamento veio da internet.

Raimara viu a iniciativa de um casal de São Paulo que vendia trufas para pagar as despesas do casamento e propôs o negócio ao marido.

A data do casório já tem dia e local marcados: 13 de julho de 2019, na Paróquia do Bairro Santos Reis, em Montes Claros. E os dois colocaram a mão na massa, ou melhor, no chocolate, e não perderam tempo em ir para a rua vender a guloseima.

“Eu nem sabia fazer trufa. Conversei com a minha irmã, vimos vários vídeos e começamos a testar. Tudo é aprendizado. Logo de cara saiu muito bom. A partir de então, eu e ele começamos a vender nos barzinhos das avenidas durante os fins de semana”, explica Raimara. O casal passou a vender as trufas a R$ 2 a unidade e três por R$ 5.

Por onde passam, são recebidos com carinho pelos moradores, que ficam curiosos com a história de amor e de persistência para a realização do sonho.

E o lucro faz toda a diferença. Raimara tem esperança de conseguir juntar recurso suficiente até para fazer um jantar para reunir os familiares e amigos mais próximos.

“A decoração da Igreja será bem simples. Serão quatro arranjos no altar e o caminho de astro e dois arranjos na frente, sem tapete”, conta a noiva.

O casal, que é devoto de Nossa Senhora, explica que sempre quiseram a cerimônia na Igreja. “Nós dois somos muito católicos e sempre colocamos Deus em todos os nossos momentos. Não faria sentido casar sem a bênção Dele”, ressalta Raimara.

O recurso dos bombons se tornou ainda mais necessário depois que Raimara, que trabalhava como babá de três crianças, perdeu o trabalho com uma das famílias e teve redução na renda.

“Casamento na Igreja sai a um valor muito alto, mesmo juntando o nosso salário, não dava, até porque temos as outras despesas básicas e a nossa casa também. Não queríamos pedir ajuda da família, pois é um momento nosso e pensamos que deve sair do nosso esforço. No futuro, independentemente do que aconteça, saberemos o quanto lutamos para realizar nosso sonho”, reconhece Raimara, que diz que o conhecimento adquirido nesse trabalho é enorme, devido aos diversos tipos de pessoas que encontramos no dia a dia.
*Estagiária sob supervisão da editora Janaína Fonseca

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