(Vitor Costa)
Dados do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e da Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Norte de Minas apontam cerca de 10,5 mil poços artesianos perfurados em Montes Claros. Isso pode contribuir para o agravamento da falta d’água na região, segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Em evento realizado no auditório da Sociedade Rural de Montes Claros para discutir o uso dos recursos hídricos, o secretário de Meio Ambiente, Paulo Ribeiro, afirmou que devido ao agravamento da crise hídrica o lençol freático na cidade baixou em média 100 metros.
“Não devemos ter 500 poços regularizados e há quase 10 mil poços irregulares sem a menor fiscalização. Isso impacta a todos, principalmente o proprietário rural. Na década de 1970, bastava perfurar cerca de 40 metros para encontrar água na cidade. Hoje as empresas furam quase 130 metros para vazar o líquido”, disse o secretário. Ele lembra que em outros municípios já é preciso perfurar mais de 300 metros. “Na nossa cidade esse nível não é possível porque já atingiríamos uma camada maciça”.
Quem perfurar poços sem autorização pode receber advertência, multa diária ou proporcional ao dano de até R$ 10 mil, de acordo com a lei 9.433/97. Também terá o poço interditado. A fiscalização cabe à Secretaria de Meio Ambiente, desde que haja denúncias.
O técnico José Carlos Dias, da Emater-MG, afirmou que dentro das atividades desenvolvidas na região, produzir água é essencial. “Está sendo desenvolvido um trabalho no município de recuperação correta das pastagens. Temos cerca de 100 mil áreas de pastagens no Norte de Minas, todas degradadas e sem capacidade de filtração de água”, explica José.
NÍVEL FEDERAL
A deputada federal Raquel Muniz (PSD) também busca soluções para enfrentar a crise hídrica que tem assolado a região. “Tenho feito parcerias com os produtores rurais no sentido de realizarmos a recuperação de nascentes, o replantio às margens ribeirinhas. Esta é uma das formas mais eficazes de tentarmos minimizar os problemas acarretados pela seca”, disse Raquel Muniz.