Mais de 22 mil pessoas recorrem aos serviços de saúde mental em Montes Claros. Hoje de manhã, parte desse público, parentes, professores e universitários vão fazer ato público em frente à prefeitura no Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Depois, sairão em passeata pelas principais ruas da cidade.
Essa data deu visibilidade ao movimento “Por uma sociedade sem manicômios”, promovida pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP) de Minas Gerais. Após a passeata, serão realizadas oficinas terapêuticas na praça Doutor Carlos.
Tudo, segundo o CRP, “para sensibilizar a população e as autoridades para a importância de uma sociedade livre de manicômios e sem preconceitos”.
O ex-bancário e ex-comerciante Robson Xavier da Silva, acolhido no sistema de saúde mental de Montes Claros, fundou há dois anos a Associação de Usuários e Familiares do Caps.
“Criei para defender não apenas maior e melhor estrutura de atendimento, bem como uma participação mais efetiva da família no tratamento dos pacientes”, diz.
Para ele, um marco em favor da luta antimanicomial será a reativação do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) II, “criado para assegurar atendimento 24 horas a pacientes, que aliviava a situação de muitas pessoas que não têm condições de serem internadas em hospitais”. O espaço está desativado.
Para Robson Xavier, os resultados do tratamento são mais positivos quando a família resolve participar de modo ativo. “Hoje falamos em liberação de verbas para hospitais pediátricos, mas os resultados seriam muito mais satisfatórios se utilizassem esses recursos para a manutenção e melhoria dos serviços dos centros de atenção e tratamento à saúde mental”.