Terra da cachaça atrai estrangeiros

Festival em Salinas recebeu turistas internacionais e movimentou economia da cidade, que tem 60 produtores

Márcia Vieira
Montes Claros
25/07/2018 às 07:09.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:35
 (PREFEITURA SALINAS/DIVULGAÇÃO)

(PREFEITURA SALINAS/DIVULGAÇÃO)

Turistas do Japão, Espanha e Alemanha estiveram em Salinas no último fim de semana para curtir a festa de um dos produtos mais tradicionais de Minas. O Festival da Cachaça reuniu milhares de pessoas na cidade, que hoje tem uma variedade de aproximadamente 60 marcas da bebida.

“Tivemos participantes de oito estados e turistas de outros países. Foi uma festa muito boa e todo mundo ganhou dinheiro”, diz o presidente da Associação de Produtores Artesanais de Cachaças de Salinas (Apacs), Eilton Santiago.

Além de presidente da associação, Eilton é descendente de uma das famílias mais tradicionais da cidade, fabricante da famosa Havana, que deu início ao ciclo de produção capitaneado por Anísio Santiago e que completou 75 anos de existência.

O Festival da Cachaça é realizado desde 2002 com o propósito de fortalecer a economia e valorizar os produtores. A cachaça é hoje um dos principais pilares da economia de Salinas.

Segundo Flávio Xavier, coordenador do setor de alimentação do evento, foram 65 estandes de produtores que cobravam um ingresso simbólico pela visitação e roda de negócios. Outras 25 barracas vendiam alimentos diversos no espaço aberto ao público. Para ele, o resultado foi positivo.

“Havia um receio por causa da crise, mas felizmente o evento foi um sucesso, melhor do que no ano anterior. Gerou mais ou menos 1.500 empregos diretos e indiretos”, avalia Flávio.

“O turismo melhorou e nossa festa é, com certeza, o maior evento da região. A rede hoteleira teve 100% de ocupação e cada barraca vendeu, no mínimo, R$ 6 mil”, calcula.

Além dos shows, os turistas tiveram a oportunidade de conhecer alguns alambiques da região, que está incluída no Circuito Turístico da Cachaça. “No alambique da Havana foram mais de cem visitantes, que conheceram desde o plantio até o engarrafamento do produto”, afirma Flávio.
 
APOIO
O mercado da cachaça movimenta anualmente até R$ 40 milhões, de acordo com a Apacs. Os produtores reclamam, no entanto, da falta de incentivo público para o setor, apesar do alto valor dos impostos pagos.

“Nos últimos três anos, nós pagamos cerca de R$ 7 milhões em impostos. Apesar disso, não temos apoio do Estado. A realização dessa festa fica em torno de R$ 400 mil e só conseguimos graças à Prefeitura e aos parceiros”, argumenta Eilton Santiago.

A importância econômica da cachaça para Salinas e para o Estado foi fortalecida depois que a cidade ganhou destaque nacional graças a um projeto de lei, de autoria da deputada federal Raquel Muniz (PSD), para tornar o município a Capital Nacional da Cachaça.

O texto já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara em caráter conclusivo. 

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