Segundo comerciantes, a feira de Buritizeiro, com cerca de 20 anos de existência e público de mil pessoas, não tem apoio da prefeitura nem da câmara

Jornal O Norte
03/10/2005 às 11:03.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:52

Tiago Severino


Correspondente

BURITIZEIRO - Aos domingos acontece, em Buritizeiro, a Feira do setor das mangueiras, quando dezenas de barraqueiros, ambulantes, vendem frutas, verduras, legumes, temperos, lanches e outros produtos. Mais do que um espaço para o comércio, o evento tornou-se um atrativo de lazer da cidade. Mas, o que poderia ser um dos maiores eventos da região não cresce, pois não tem apoio da prefeitura e câmara de vereadores.

A feira começa às seis horas da manhã e se estende até a uma hora da tarde. Neste espaço de tempo, o consumidor encontra alface, tomate, maxixe, couve-flor, pimentão, repolho, todos transportados em caixas de madeira e sem nenhuma embalagem; carne-de-sol, costela, lingüiça, que ficam expostos ao público e às moscas. Além do comércio ambulante de cd’s, relógios, cigarros, calculadora pirateados.

Não existe qualquer tipo de fiscalização da prefeitura, qualquer pessoa que se interessar pode montar uma banca para vender esses e outros produtos. No último domingo, 25/09, a feira tinha 27 vendedores, entre ambulantes e barraqueiros, mas este número é variável a cada dia.



ESTRUTURA CATASTRÓFICA

Para tentar organizar a feira, os próprios barraqueiros que são freqüentes tentam implantar alguma ordem. No entanto, a falta de uma estrutura adequada atrapalha este evento que poderia ser um dos maiores da região. O local onde se realiza é de terra batida, então, quando chove transforma-se em um lamaçal.

Além disso, um dos banheiros está sem porta. Durante a feira nesse domingo, um dos barraqueiros que há 13 anos participa da feira pedia aos freqüentadores, a modesta contribuição de R$ 1 para comprar desinfetante, papel higiênico, rodo, produtos que a prefeitura de Buritizeiro tem a obrigação de fornecer e não o faz.

A feira do setor das mangueiras, ou feira das mangueiras tem este nome porque se realiza em baixo de várias destas árvores. O que pode ser um pouco perigoso, pois no período de manga, vendedores e visitantes podem ser alvejados pela fruta.

- Nós precisamos de muita coisa aqui. Uma porta para o banheiro. A construção de um galpão ou pelo menos um calçamento para evitar a poeira - afirmou Nelson Tameirão, que faz um trabalho voluntário, colocando um carro de som para fazer anúncios gratuitos para os feirantes e entreter o público com música.

Tameirão, como é conhecido, conta que já levaram a feira para a estação, para o galpão da Cemig, mas todos os feirantes acabaram voltando para o setor das mangueiras. Segundo ele, com muito sacrifício conseguiram um padrão de energia e construir o banheiro.



MEIO DE SOBREVIVÊNCIA

Apesar de todas essas dificuldades vividas pelos vendedores, a feira das mangueiras é um meio de sobrevivência que serve para ajudar nas despesas domésticas. Uma amostragem realizada com alguns comerciantes aponta que R$ 75 é a média de faturamento, por domingo.

Na feira, são vendidos, por domingo, cerca de 40 kg de carne, sendo 10 kg de carne-de-sol. Verduras, legumes e as frutas mais procuradas são, respectivamente, tomate, maxixe e laranja. Além da venda de lanches, principalmente do pastel – de 30 a 40 por feira.

Os feirantes estimam que cerca de mil pessoas visitam a feira aos domingos. Após o término das vendas, os bares, ou melhor, vendedores ambulantes de churrasquinho e cerveja funcionam e tornam-se ponto de parada obrigatória para os consumidores ao final das compras.

O QUE FALTA

- O que falta aqui é organização, porque a feira é muito boa - disse Danilo de Oliveira, 23 anos.

Ele conta que aos domingos vai à feira porque é o único entretenimento que existe na cidade. Para melhorar, uma das idéias que defende é trazer mais mercadorias.

- A feira é um local de lazer. Acho que, para melhorar, precisamos de música ao vivo e de melhor organização - disse Luyara Pereira Costa, 17 anos.

Para ela, shows’s ao vivo atrairiam mais visitantes.

- Deveria ser construído um galpão ou pelo menos dotar o local de asfalto para evitar a poeira e a lama - disse Fernando Moraes, 41 anos.

Segundo Fernando, a construção de um galpão evitaria o acúmulo de poeira nos alimentos, melhoria a estética do local e por conseqüência atrairia mais pessoas à feira.

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