Rico em cultura, pobre em museus

Norte de Minas é a região que tem menos museus no Estado; encontro tenta estimular novos empreendimentos

Manoel Freitas
Montes Claros
20/06/2018 às 07:13.
Atualizado em 10/11/2021 às 00:50
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

Apesar de toda a riqueza cultural e histórica que possui, o Norte de Minas é a região com o menor número de museus no Estado. Para tentar mudar essa realidade e estimular comunidades e instituições a investirem na memória local, Montes Claros sediou ontem o VI Encontro Regional de Museus de Minas Gerais.

De acordo com a coordenadora do evento, Ana Maria Werneck, diretora de Ações Museológicas da Secretaria de Estado de Cultura, “o encontro realizado em Montes Claros tem como objetivo principal divulgar diretrizes para elaboração de planos museológicos no sentido de aperfeiçoar a qualidade nos 17 territórios que abrange” e valorizar os 417 museus mineiros.

Neste ano, o tema planejamento museológico foi escolhido para ser levado ao encontro. A museóloga Pollyana Lacerda, uma das palestrantes, disse que essa é uma ferramenta imprescindível para a organização e sistematização de um museu.

“Nesse curso aqui hoje (ontem) a gente tenta fortalecer a parte teórica, ou seja, o que é, para que existe, para que serve, quais são os benefícios”, ensina Pollyana. Na parte da tarde, as atividades foram mais práticas. Os participantes fizeram o diagnóstico, a construção de programas e projetos.
 
VOCAÇÕES
Para a professora Marina Queiroz, diretora do Museu Regional do Norte de Minas, “é muito bom falar com mais frequência em museus, porque museu antigamente era algo que não servia para nada, para acumular o que as pessoas queriam jogar fora, mas hoje cada um obedece a um plano museológico, que por sua vez leva em conta as vocações regionais”.

Para a diretora, Montes Claros, por exemplo, pode ter muitos museus, “como o museu do boi, do folclore – que é muito forte –, como também um que conte só a história da cidade”.

A deputada federal Raquel Muniz, presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, não pôde comparecer ao evento, mas enviou representantes. “Os museus são as casas que cuidam de preservar nossa cultura, as nossas tradições, a história. Por isso, essas ações são fundamentais, porque mostram a importância destas instituições e, principalmente, a necessidade do cuidar dos nossos museus de forma qualificada, garantindo que as gerações futuras tenham consciência do seu passado”.

A parlamentar argumentou que “museu é lugar de infinitas possibilidades” e que desempenham papel fundamental na revitalização urbana e no desenvolvimento social e econômico das cidades”.
 
PRESERVAÇÃO
Presente no encontro, Ercy Guerra, neta primogênita de Camilo dos Santos, um dos fundadores de Pirapora, foi buscar mais informações e também mostrar a experiência de criar um museu.

Ela fundou e preside o Instituto Museu Casa Camilo dos Santos, às margens do São Francisco. “É um sonho de criança de transformar a casa do meu avô em museu e, com o falecimento de minhas duas últimas tias, comprei a parte das herdeiras numa edificação colonial mineira”, conta.

A casa, segundo Ercy, pertence à família desde 1901. “Com o amor de neta, o museu nada mais é do que um agradecimento, meu modo de preservar a memória dele, trabalho começado em 2010 e inaugurado no dia 24 de setembro do ano passado”.

“Os museus são as casas que cuidam de preservar nossa cultura, as nossas tradições, a história. Por isso, essas ações são fundamentais, porque mostram a importância destas instituições e, principalmente, a necessidade do cuidar dos nossos museus de forma qualificada, garantindo que as gerações futuras tenham consciência do seu passado” Raquel MunizDeputada federal
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