Primeiro Dia das Mães após tragédia

Data será comemorada de forma especial por mulheres cujos filhos sobreviveram a incêndio na creche de Janaúba

Christine Antonini
Montes Claros
12/05/2018 às 06:50.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:48
 (ARQUIVO PESSOAL)

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Mães de Janaúba terão, neste domingo, o primeiro dia dedicado a elas após o incêndio na Creche Gente Inocente. Diferentemente do ano passado, quando a data foi comemorada na escola, em 2018 ela será marcada pela gratidão pelos sobreviventes e também por solidariedade às mães que perderam os filhos na tragédia. 

O NORTE entrevistou quatro mães de alunos que foram salvos. Depois de tanta aflição e sofrimento, o maior presente é poder comemorar a data junto aos filhos. Elisângela Correia, mãe de Ycaro Rafael Silva, de 5 anos, um dos alunos da professora Helley Abreu, conta que agradece todos os dias pela vida do menino. 

“Deus, com seu amor misericordioso, deu a graça do meu Ycaro permanecer ao meu lado. Depois de tanta dor e sofrimento, poder chegar e encontrá-lo com o sorriso mais lindo do mundo é o melhor presente que posso ter. Mas nessa data também sinto um grande desalento, pois muitas mães estão tristes porque seus anjinhos se foram”. 

Flávia Nunes Rocha é mãe de quatro crianças, entre elas Luciano, sobrevivente do incêndio. “A data será diferente de todas as outras que já comemoramos. Ainda sentimos muita dor e tristeza pela perda de nossas crianças; sou grata por poder abraçar e sentir meu filho. Contudo, para muitas mães este será um dos piores dias da vida”. 

Ainda há muita luta. Daiana Cristina Dias cuida de Rhuan Emanuel, seu único filho e que teve 30% do corpo queimado e precisa de tratamento devido a queloides. “Ter o Rhuan em casa e com saúde é o maior presente da minha vida, ele é um menino incrível. Esse dia não será totalmente feliz porque sinto a dor das mães que perderam seus filhos”. 

O único desejo de Elica Nayara Silva é poder retomar a rotina na casa da família. Ela é Mãe de Flávia Nayara, que teve 80% do corpo queimado. “A maior emoção é estar com minha filha, poder abraçar e escutá-la me chamando de mãe. Deus ressuscitou minha filha, que teve várias paradas cardíacas. Agora, quero voltar para nossa casa e ver Flávia ir à escola”. 


 

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