A cerca de três meses do período crítico de queimadas, a preparação para o combate ao fogo em unidades de conservação de Minas já começou. Uma força-tarefa está sendo montada para atuar durante a temporada de incêndios florestais. Haverá a contratação de brigadistas e a compra e locação de aeronaves, helicópteros, caminhões e roçadeiras. O investimento é de cerca de R$ 20 milhões.
Os 253 brigadistas, que ainda serão selecionados, vão atuar por no mínimo quatro meses em 39 parques estaduais atendidos pelo Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio).
“Em junho, as equipes ficarão na preparação e no monitoramento das áreas. A partir da segunda quinzena de julho, o trabalho é focado em debelar o fogo, que começa a surgir com maior frequência”, explica o gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Rodrigo Bueno Belo. O período de alerta dura até o início de outubro.
Serão treinados ainda voluntários que ficarão a postos em caso de emergências. Segundo o diretor-geral do IEF, Henri Dubois, a própria equipe dos parques já está nas ruas fazendo um trabalho de conscientização. “Vamos às comunidades com lideranças locais não só para falar sobre a prevenção como também a respeito do combate ao incêndio. Às vezes, o fogo começa em uma propriedade rural e o dono tenta resolver sozinho. Ele pode acionar a nossa força-tarefa”.
EQUIPAMENTOS
Além dos profissionais, o estado vai comprar 300 sopradores costais – aparelhos utilizados no combate direto às chamas –, mais de 3 mil conjuntos de equipamentos de proteção individual e seis caminhões.
As queimadas estão diretamente ligadas às condições climáticas. Quanto menos chuva, mais seca a vegetação e maior o risco de o fogo alastrar. Para o meteorologista do Climatempo, Ruibran dos Reis, o cenário deste ano não deve ser crítico. “Tivemos um verão chuvoso e a vegetação está bem verde. Acredito que teremos menos focos de incêndio”, diz.
Apesar disso, o IEF lembra que grande parte dos focos é gerada pela ação do homem e, em muitos casos, propositalmente. No ano passado, a área destruída por incêndios nos parques e no entorno dos espaços protegidos quase triplicou se comparada aos dados de 2016, passando de 23 mil hectares para 64 mil.