Minas Gerais é líder nacional na utilização de biotecnologia em reprodução de cavalos

Patrícia Santos Dumont
Do Hoje em Dia
24/06/2017 às 01:02.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:14
 (Roberto pinheiro/Divulgação)

(Roberto pinheiro/Divulgação)

Terceiro maior rebanho de cavalos do mundo, o Brasil é vice-campeão mundial em uso de biotecnologia aplicada à reprodução de equinos. E Minas Gerais, dona do maior plantel do país, é também a principal “fábrica” nacional quando o assunto é a multiplicação do DNA de animais de alto desempenho e muito cobiçados.

Voltadas, principalmente, para a reprodução de exemplares campeões, como éguas premiadas e cavalos geneticamente superiores, cujo material genético é valorizado e os filhos têm grande aceitação no mercado, as técnicas vão de inseminação artificial – presente em quase 100% dos criatórios brasileiros – a congelamento de sêmen.

“Guardadas as devidas proporções entre métodos voltados para reprodução humana, com certeza estamos bem evoluídos. Temos aprimorado técnicas, sobretudo que prezam pelo bem-estar animal”, destaca a veterinária Carina Caliman, especialista em reprodução equina.

Para se ter uma ideia, pela monta natural (método tradicional de cruzamento), cada égua consegue gerar, em média, 15 a 18 potros ao longo da vida. As gestações duram 11 meses. Com o uso de modernas biotécnicas de reprodução, por sua vez, que permitem, por exemplo, o uso de barriga de aluguel (na transferência de embrião) e a fertilização de mais de uma fêmea com sêmen coletado de uma única vez em um garanhão (quando o material é congelado), esse número aumenta em até cinco vezes.

Indicação
A transferência de embrião é recomendada também para éguas atletas que não podem ficar prenhes, em função das competições. Por esse método, o embrião é retirado do útero da doadora e transferido para o da receptora, que gera a cria. A inseminação, por sua vez, é indicada para melhorar as taxas de fertilidade nos haras e potencializar o aproveitamento do sêmen dos garanhões.

“As biotécnicas têm custo-benefício comprovado. Além de acelerarem o processo de seleção, geram produtos de valor comercial muito superior”, destaca o veterinário Haroldo Vargas, especialista em reprodução de equinos e membro da equipe Horses Vet Service. Ele destaca, porém, a necessidade de profissionais experientes e de estrutura adequada.

Os custos dos métodos não são altos quando comparados aos tratamentos humanos.

“Enquanto uma fertilização in vitro gira em torno de R$ 30 mil, mesmo não se obtendo êxito na gravidez, veterinários, em geral, recebem até dez vezes menos e somente quando a prenhez é confirmada”, detalha a veterinária Lívia Araújo, consultora técnica da Botupharma, empresa paulista referência mundial em biotecnologia da reprodução.

Para se obter sucesso, é preciso, além de cuidado com o material coletado, atenção ao bem-estar do animal. “Cavalos são supersensíveis e quaisquer mudanças, como no local de manejo ou alimentação, interferem no resultado”, explica a especialista Rosemeire Vianna.

As técnicas são realizadas em centrais – fazendas onde estão instalados laboratórios que obedecem regras rígidas de higiene para manipulação de sêmen e embrião.
 

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por