Estoque de ‘vida’ em baixa

Bancos de leite em Minas, inclusive em MOC, estão no limite, precisando de doadoras

Raul Mariano
Hoje em Dia - Belo Horizonte
01/08/2018 às 07:31.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:42
 (ASCOM/DIVULGAÇÃO)

(ASCOM/DIVULGAÇÃO)

Pelo menos oito dos 15 bancos de leite humano ativos em Minas estão funcionando no limite. Em alguns casos não há sequer estoque do alimento que é destinado, principalmente, a recém-nascidos internados nas UTIs. Além disso, uma unidade que funcionava em Lavras, no Sul do Estado, foi fechada há cerca de dois anos.

Com a chegada da Semana Mundial de Aleitamento Materno, que começa hoje e vai até o próximo dia 8, especialistas alertam para a importância do estímulo à amamentação e à doação de leite. 

A maioria dos profissionais de saúde garante que a falta de incentivo é a principal razão para que o volume de leite materno captado pelos bancos esteja abaixo do esperado.

O problema se torna mais evidente no mês de julho, com as férias escolares, viagens em família e as quedas de temperatura que desestimulam muitas lactantes.

Em Montes Claros os estoques também estão baixos. Tanto que a prioridade são as crianças que estão no CTI e UTI Neonatal e precisam ganhar peso. As demais recebem o leite materno apenas de forma pontual, sendo que a alternativa é a chamada fórmula infantil (leite de vaca modificado com proteínas).

“Atualmente temos cerca de dez doadoras e nosso estoque fica em uma média de 6 litros por dia. O ideal seria ter entre 30 e 40 mulheres doando, já que precisaríamos de no mínimo 40 litros para ficarmos tranquilos, uma vez que atendemos outros hospitais da região”, explica Inaria Alves Moreira, técnica do banco de leite humano do hospital Aroldo Tourinho.
 
INSUFICIENTE
Apesar de a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendar que a amamentação seja estendida até que a criança complete 2 anos, dados da ONU Brasil revelam que apenas 32% das crianças alcançam esse resultado.

A consultora de ama-mentação e membro do Comitê de Aleitamento Materno da Sociedade Mineira de Pediatria (SMP), Marina Martins, explica que a sensibilização das mulheres é o desafio mais importante para uma mudança de cenário.

“A maior parte mal dá conta de amamentar o próprio filho, portanto é ainda mais difícil estimular a ordenha para doação. Isso sem falar que falta atualização de muitos profissionais de saúde para orientar corretamente essas mães”, avalia.

Marina ressalta que a amamentação correta trará impactos positivos que farão toda diferença na vida adulta do bebê. “Crianças que mamam têm menos risco de desenvolver obesidade, alergias, já que terão mais imunidade contra inúmeras doenças”, afirma. “Além disso, há estudos que comprovam que elas também atigem níveis maiores de Q.I.”, acrescenta a especialista.
 
AMPLIAÇÃO
A expectativa da Secretaria Estadual de Saúde é a de aumentar a quantidade de bancos de leite humano e postos de coleta. Atualmente, Minas tem 14 casas de apoio à ama-mentação, outros 32 pontos de recebimento das doações. A previsão é a de que, até o final deste ano, uma nova unidade comece a funcionar no Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG), em BH, com capacidade para atender até 60 crianças.
 
PARA DOAR
Em Montes Claros, para obter o leite materno é preciso estar com a prescrição médica em mãos. E as mulheres interessadas em doar podem procurar os postos de arrecadação no Banco de Leite do Hospital Aroldo Tourinho e de outros hospitais da cidade. 

Para armazenar o leite, em cada término das mamadas é preciso retirar a sobrinha que será colocada em um recipiente de vidro com tampa plástica e levado ao freezer ou congelador por até 15 dias.

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