NOVA PORTEIRINHA – Uma maior difusão da Libras - língua brasileira auditiva de sinais - e da leitura em braile, destinada às pessoas deficientes visuais foi proposta pelos portadores de deficiência durante o 1º Fórum regional dos direitos das pessoas com deficiência, realizado terça-feira 11, nesta cidade, e que reuniu representantes de diversas cidades da microrregião da Serra Geral de Minas.
O presidente do Conped - Conselho estadual dos direitos da pessoa portadora de deficiência – Flávio Couto e Silva de Oliveira conclamou pela criação, em todos os municípios, do conselho visando a estabelecer uma política definitiva para os portadores de deficiências. Segundo ele, a acessibilidade é a principal demanda dos deficientes.
- Entendo que todas as cidades deveriam ser acessíveis - declarou Flávio Couto, que é deficiente visual, ao justificar que as pessoas devem transitar com facilidade.
O presidente da Adejan – Associação dos deficientes de Janaúba, Miguel Joaquim Barbosa, destacou a importância de Nova Porteirinha e Janaúba concentrarem um dos 17 fóruns regionais em Minas onde são extraídas as melhores propostas para implantar ações de valorização dos portadores de deficiência.
- O deficiente é um amigo, é igual a nós - afirmou o prefeito de Nova Porteirinha, Wilmar Soares de Oliveira, ao ressaltar que o agente público tem que se preocupar com a área social.
LEITURA PARA CEGOS E SURDOS
Durante o fórum regional, uma portadora de deficiência contou com a ajuda de uma intérprete da língua através dos sinais. E isso foi motivo para que o presidente da Conped, Flávio Couto, conclamasse a todos pela difusão e investimento da libras com cursos de formação de instrutores dessa linguagem.
Ele ainda propôs uma maior divulgação e assimilação da linguagem em braile, destinada para deficientes visuais, principalmente em bibliotecas e órgãos públicos.
Baseado em levantamentos da OMS – Organização mundial de saúde que apontam que cerca de 10% da população mundial (de 6 bilhões de habitantes), em torno de 600 milhões de pessoas, são deficientes, Flávio Couto ressalta que os deficientes são altamente expressivos. Diante disso, propõe a implementação de ajudas técnicas, dentre elas os cães guias para cegos e cessão de cadeiras de rodas, além de acesso aos centros de informática pelas pessoas portadoras de deficiência.
- No Brasil, segundo o IBGE, 14,5% da população, em torno de 25 milhões de habitantes, mais que a população de Minas Gerais, são deficientes; e em Minas, em torno de 2,6 milhões de pessoas, mais que a população de Belo Horizonte, também possuem deficiência física, auditiva e visual - relatou o presidente da Conped ao acrescentar que em Montes Claros, diante de uma população de 306 mil habitantes, conforme o IBGE, em torno de 30 mil sejam portadores de deficiência.