Chuva de dezembro não ‘salva’ barragem

Apesar dos temporais, precipitação no mês foi dentro da média histórica, e Juramento continua em nível crítico

Christine Antonini
Montes Claros
04/01/2018 às 19:48.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:36
 (José Ponciano / divulgação)

(José Ponciano / divulgação)

Para os montes-clarenses, parece até que o fim de ano foi de muita chuva. Mas a precipitação, concentrada em alguns dias, ficou dentro do esperado para a época, e por isso não conseguiu garantir a volta do abastecimento de água à normalidade. 

Após um longo período de seca, no mês passado choveu 231,25 milímetros. A temporada de chuva fez com que a barragem de Juramento subisse 5,4% no mês, passando para 21%. 

De acordo com o meteorologista Renan Lauton, o volume de precipitação de dezembro corresponde à média histórica. Contudo, as diferenças, em comparação aos anos anteriores, foram as grandes quantidades concentradas em alguns dias. 

“Tivemos um período atípico, muita chuva em pouco tempo. E isso não foi exclusivamente em Montes Claros, mas também em diversas cidades do Norte de Minas. Tivemos poucos dias em que não houve tempestade forte, e sim chuva o dia todo, sem trovão ou relâmpago”, explica o especialista. 

De acordo com a previsão do tempo, janeiro também será de chuva. Na última segunda-feira (1º), em duas horas, choveu 30,5 milímetros, o esperado para a semana toda. 

Apesar dos estragos, a mudança do tempo animou os moradores. Além de aliviar o calor intenso, que chegou a 39°C, a cidade enfrenta há pelo menos dois anos uma intensa crise hídrica. A barragem de Juramento, a principal a abastecer a cidade, chegou a 13,36% da capacidade em novembro.

FÁBRICA DE CHUVA 
Para tentar reverter o cenário hídrico do município, a Copasa implantará, ainda neste mês, a tecnologia de indução de chuvas na barragem de Juramento, a um custo de R$1,291 milhão. 

O procedimento será realizado através de um avião que lança gotículas de tamanho controlado no interior de nuvens do tipo cumulus, que são aquelas “carregadas”. 

Assim, a nuvem ganha mais massa, suficiente para formar gotas de chuva. A Copasa destaca que a tecnologia que será empregada não usa nenhum tipo de aglutinante químico. Essa técnica natural já é utilizada em São Paulo, pela Sabesp, há vários anos. 
 
RACIONAMENTO 
Mesmo com o nível da barragem subindo, a Copasa informa que o racionamento de 48h na distribuição de água permanecerá. “Infelizmente a chuva ainda não é suficiente. Quando a barragem atingir 40% poderemos fazer o racionamento de 24h, e somente quando a barragem transbordar é que a distribuição de água será normalizada”, explicou Roberto Botelho, chefe da estatal no Norte de Minas.

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