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Terceiro maior produtor de banana do país, Minas Gerais quer transformar o negócio em atividade lucrativa também fora das próprias divisas. Responsáveis por abastecer metade do território nacional, os bananicultores do Norte do Estado, nossa maior região produtora, buscam estratégias para controlar a maturação da fruta e embarcá-la para Estados Unidos e Europa.
A questão é o principal entrave para tornar o negócio seguro e mais lucrativo. O motivo é a impossibilidade de manter a fruta verde e, portanto, no ponto ideal de comercialização, por um período de tempo superior a uma semana – prazo alcançado hoje. A maturação completa só pode ocorrer na casa do consumidor.
“Atuamos em diversas frentes para aumentar o tempo de conservação da fruta verde e conseguir colocá-la em mercados mais distantes, para onde o embarque é feito em navios. Nos últimos anos, os estudos foram intensificados devido ao aumento da produção. Quanto mais se amplia o mercado, mais segurança temos na hora de comercializar”, explica a coordenadora do Programa Estadual de Pesquisa em Fruticultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Maria Geralda Vilela Rodrigues.
Atualmente, o Norte de Minas concentra metade da produção nacional, produzindo, em sua maioria, cultivares do tipo prata, mais apreciada pelos brasileiros, mas igualmente mais sensível às mudanças de temperatura. “É justamente aí que trabalhamos, no erro e acerto, na tentativa de descobrir até qual temperatura a fruta suporta sem perder qualidade estética e sabor”, detalha a pesquisadora.
APROVADA
Diretor da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), o bananicultor Rodolpho Velloso Rebello diz que testes feitos às cegas em outros países comprovaram o potencial de comercialização da banana prata no mercado internacional. Segundo ele, é possível embarcá-la em carga aérea, mas somente como fruta exótica. Remessas maiores, por sua vez, teriam que ser feitas exclusivamente via porto.
“Já foram feitos testes que funcionaram bem para Portugal. Obviamente, é preciso ajustar esse processo de conservação para evitar que a fruta chegue lá em processo de amadurecimento adiantado”, frisa.