Até Lampião faz parte das lendas do Benjamim

Jornal O Norte
26/09/2005 às 10:24.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:52

Tiago Severino


Correspondente

O vapor faz parte da história e da cultura barranqueira e está permeada de mitos, lendas, casos e causos, dos muitos quilômetros percorridos entre Pirapora e Juazeiro - BA.

Segundo relatos, em uma dessas viagens, o grupo de Francisco Virgolino, o Lampião, estava atacando fazendas e povoados na região de Juazeiro e Petrolina - PE. Após alguns dias, o vapor atracou no porto juazeirense para apanhar algumas cargas. Então, escondido entre a população, os cangaceiros teriam ficado vislumbrados com o tamanho da embarcação e a quantidade de mercadorias que levava.

Na manhã seguinte, membros da tripulação estavam fazendo compras no mercado local quando souberam que o bando de cangaceiros estava planejando atacar o Benjamin. Com medo do que poderia acontecer, eles voltaram correndo para o vapor e contaram a conversa que ouviram para o comandante, que determinou a imediata saída da embarcação.




(Foto: Tiago Severino)

Quando estavam no meio do rio, o grupo de Lampião foi avistado na margem do São Francisco. A tripulação imprimiu velocidade máxima e os cangaceiros, ao perceberem que o vapor estava fugindo, começaram a atirar. As condições da caldeira na época eram boas e foram suficientes para proporcionar a fuga sem qualquer dano ou prejuízo.

Fato ou não, essa história faz parte da cultura do vapor, de Pirapora e do Norte de Minas. Além disso, o Benjamim Guimarães foi utilizado no transporte de cargas e de tropas do exército - pracinhas que se dirigiam ao litoral de Pernambuco e do Rio Grande do Norte para o patrulhamento das costas do Brasil e as viagens de ida da FEB - Força expedicionária brasileira à Itália. No auge da Suvale - Superintendência do Vale do São Francisco anterior à atual Codevasf e com a criação da Franave, em 1963, ele voltou ao movimento de cargas e passageiros ao longo do rio.

DESDE 1913

O Benjamin foi construído em 1913, nos Estados Unidos, por James Rees & Company. Após ter sido utilizado em navegação no Rio Mississipi, foi adquirido pela Amazon River Plate Company, navegando por algum tempo nos rios da bacia Amazônica.

Na década de 1920, a firma Júlio Mourão Guimarães, estabelecida em Pirapora, adquiriu a embarcação, que foi montada no porto local, após o transporte até a cidade, passando a ter o nome de Benjamin Guimarães em homenagem ao pai do proprietário da firma. Foi tombado pelo IEPHA em 1º de agosto de 1985.

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