Depois que a imprensa não poupou de críticas os parlamentares em Brasília, na sua grande maioria, que forçaram a convocação extraordinária do congresso para receberem gordos salários sem que fossem ao trabalho, aumenta a lista daqueles que colocaram a cabeça no travesseiro e reconheceram que estavam dando um golpe no erário público. O rol dos deputados que devolvem o dinheiro extra pela convocação extraordinária aumenta a cada dia. Mais três parlamentares anunciaram ontem que fariam o mesmo ato, aumentando a lista para 60. A não ser que tenham mudado de opinião de ontem para hoje.
João Hermann Neto, do PDT paulista, por exemplo, garantiu que não voltaria atrás e que vai doar, pessoalmente, as duas parcelas para entidades da comunidade a que pertence. O ato do deputado, no entanto, guardou um segredo que ele não quis revelar. Não anunciou o nome da entidade que receberia mais de R$ 25 mil.
DESTINO CERTO
O deputado Manato, do Espírito Santo e também do PDT foi mais transparente ao abrir mão da volumosa quantia. Anunciou que vai doar a primeira parcela, mais de doze mil reais, pessoalmente para a Associação capixaba contra o câncer infantil. A segunda parcela será repassada pela câmara a entidades posteriormente indicadas.
Já Ivan Valente doou pessoalmente a primeira parcela para a Associação nacional de cooperação agrícola e solicitou que a câmara encaminhasse a segunda parcela para a mesma entidade.
Até agora os deputados que resistem a atos semelhantes continuam desaparecidos do congresso nacional, apesar de já terem embolsado a primeira parcela do pagamento extra como se tivessem trabalhado. O presidente da casa, Aldo Rebelo continua defendendo que a convocação extraordinária era necessária. Segundo ele, os resultados do expediente especial serão altamente positivos para o país e para a imagem do congresso nacional.
No senado, até ontem, somente quatro senadores abriram mão do vencimento especial.