Põe tempero aí!

Alho, alecrim e afins não dão apenas sabor à comida, reforçam também a saúde

Patrícia Santos Dumont
Hoje em Dia - Belo Horizonte
05/08/2018 às 07:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:45
 (LUCAS PRATES)

(LUCAS PRATES)

Um punhado de alecrim na batata para facilitar a digestão, um dente de alho no refogado para dar um upgrade na imunidade ou sementes de cardamomo no café para neutralizar a acidez estomacal. 

Hábito comum no passado, considerado por alguns mera crendice popular, o uso de ervas e temperos para reforçar a saúde e remediar doenças vem sendo cada vez mais resgatado e respaldado pela ciência.

Médico de família, adepto da antroposofia há quase dez anos, Fabrício Dias é um defensor das práticas naturais. Ele explica que os micro-organismos que vivem no nosso intestino atuam em parceria com os alimentos que ingerimos. 

“São quase como um DNA dos nossos hábitos alimentares. Portanto, consumir produtos de pouco valor nutritivo pode levar à proliferação de bactérias causadoras de doenças, assim como nos beneficiar dos pouco processados pode favorecer nosso tubo digestivo como um todo”, comenta. 

Consultor da Weleda – líder mundial de cosméticos e produtos farmacêuticos feitos com ingredientes naturais –, o profissional enumera alguns temperos considerados “milagrosos”, como tomilho, alecrim, sálvia, orégano, noz moscada, açafrão, coentro e cebola. 
 
BENEFÍCIOS
Farmacêutica, paisagista e especialista em plantas medicinais, Ana Cimbleris é outra estudiosa da cura que vem da natureza e pode ser explorada na cozinha.

Segundo ela, ao contrário dos extratos usados em chás, que concentram grande quantidade de princípios ativos e, portanto, devem ser administrados com cautela, temperos usados na culinária fornecem benefícios independentemente da dose em que são consumidos. “Dificilmente conseguiríamos ingerir quantidade considerada tóxica”. 

A recomendação da profissional é para que sejam priorizadas ervas frescas às secas. “Não era para haver distinção. O que acontece, muitas vezes, é que o processo de secagem pode não ser feito de forma adequada a fim de que as propriedades medicinais sejam preservadas”, explica.

Outra dica é ficar de olho nos aromas exalados durante o preparo. “Se conseguimos conservar aroma e sabor originais significa que a química que promove benefícios está presente”, ensina, lembrando a fragilidade de algumas ervas, como o manjericão, que deve ser colocado no final do cozimento. 
 
ADEPTA
Apaixonada por cozinha e adepta de ervas e temperos naturais, a engenheira ambiental Renata Brasil, de 29 anos, decidiu transformar o estilo de vida “natureba” na segunda profissão. Estudante de nutrição, mais do que utilizar em casa, ela se dedica a estudar ervas e temperos com propriedades medicinais. 

“Acho superinteressante, por exemplo, que aos poucos vamos conseguindo eliminar a necessidade de adicionar sal e açúcar. Para quem está começando a mudar hábitos, indico páprica defumada, que conserva os flavonoides e engana o paladar, pois lembra o sabor do bacon”, comenta.

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