O pedido de licença médica para uma cirurgia de próstata do chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, pode se prolongar por mais tempo que o esperado. Diante das graves denúncias feitas pelo ex-assessor da presidência da República José Yunes ao Ministério Público Federal, afirmando ter servido de “mula” para levar a Padilha um envelope lacrado entregue pelo doleiro Lúcio Funaro, há quem acredite que os dias do peemedebista no governo estão contados.
No Planalto, há uma nítida perplexidade e incômodo, não apenas porque dois dos aliados mais próximos do presidente Temer estão sob severas dúvidas, mas também porque o próprio presidente está envolvido no caso. Ele encontrou-se com Yunes na quinta-feira da semana passada, horas antes do pedido de licença médica feito por Padilha.
SITUAÇÃO COMPLICADA
- Não dá para agir da mesma maneira que agimos em outros casos. Não é um delator preso de uma empresa que tinha contratos com o governo. É um amigo do presidente, que esteve trabalhando no Planalto até dezembro, acusando seriamente outro amigo do presidente - lamentou um interlocutor palaciano. 3
- A situação não está boa - resumiu.
Pessoas próximas ao presidente consideram ser possível, caso Padilha tenha, de fato, de sair do governo, que o substituto natural seja o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ele comanda atualmente as finanças públicas, o orçamento e ainda pode gabar-se do fato de a economia já dar sinais de retomada.