Márcio atua como jornalista há 35 anos e comenta sobre a importância da profissão
Christine Antonini
Repórter
Hoje (07) é celebrado o dia do profissional que tem a missão de levar a informação à casa das pessoas, aquele profissional que transforma um simples fato em uma história de interesse da sociedade. Sete de abril é comemorado o Dia do Jornalista, data definida pela Associação Brasileira de Imprensa.
A data foi criada em homenagem a Giovanni Battista Líbero Badaró que fundou “Observatório Constitucional”, jornal independente que focava em temas políticos até então censurados ou encobertos pelo monarca Dom Pedro I, que usou da autoridade para mandar executar Badaró.
Há mais de 35 anos na área como jornalista, Márcio Antunes herdou a profissão do pai, Oswaldo Alves Antunes, que adquiriu em 1954 o “O Jornal de Montes Claros” – separado por editorias específicas como nos dias de hoje: política, educação, saúde, colunismo social etc.
O veículo foi comprado de Capitão Enéas Mineiro, que foi prefeito de Montes Claros. Na época da aquisição, Márcio estava em Belo Horizonte trabalhando como desenhista industrial, sua formação acadêmica, porém, através de um convite para colaborar com O Jornal, o jornalista voltou para Montes Claros onde vive e atua até os dias de hoje.
- Nasci e cresci acompanhando essa atmosfera jornalística. Foram tempos combativos em que o jornalismo ajudou em grandes conquistas para Montes Claros. Acatei o chamado paterno e me tornei jornalista provisionado. Comecei como revisor, foca na redação (jornalista novato), depois repórter político fazendo a cobertura na Câmara Municipal e prefeitura, na época que Toninho Rebelo era o prefeito – lembra o jornalista.
Antunes destaca que na época ainda não existia televisão no município que contava com apenas uma rádio: Rádio Sociedade ZYD-7, de Elias Siufi, e com O Diário de Montes Claros, do jornalista Décio Gonçalves. O jornal impresso se mantinha com máquinas de datilografia, com impressora manual e sistema tipográfico.
SERIEDADE JORNALÍSTICA
Mesmo com os antigos desafios de fazer um jornal diário, Márcio Antunes pontua que era uma atividade gratificante, reconhecida e respeitada pela comunidade graças à seriedade do O Jornal de Montes Claros.
- Aprendi que o valor do jornalismo baseia-se em um pilar insubstituível: a verdade. E em um compromisso sagrado: informar o leitor. No jornalismo mais antigo, era proibido adjetivar, exercíamos o ato de reportar o fato. O leitor é quem concluía e decidia se algo tinha importância ou não, grandioso ou não, o adjetivo ficava por conta da conclusão de quem lia. Hoje, o grande mal da imprensa é deixar de lado o compromisso com o leitor para servir a interesses de grupos econômicos ou políticos – conta Márcio Antunes.
JORNALISMO ATUAL
Os veículos de comunicação estão se adaptando aos meios tecnológicos e com isso a forma de fazer jornalismo também está mudando, com textos publicados em cima do fato, graças à internet.
A jornalista Janaina Gonçalves já passou por diversos veículos de comunicação, como rádio, TV, web e impresso, além de assessoria de comunicação. Atualmente é apresentadora de um telejornal. Ela compara o jornalista como um soldado, que deve seguir regras e critérios muitas vezes sem usar a imparcialidade.
- Fazer jornalismo é uma tarefa diária, principalmente para separar a vaidade e saber que somos simples comunicadores sociais – diz a jornalista.
Segundo Márcio Antunes, “o jornalismo pode estar mudando, mas a essência do jornalista deve permanecer a mesma, com o compromisso de lavar informações de forma mais clara para a população, proporcionando senso crítico sobre os acontecimentos da sociedade”.
- Hoje o que mais vemos, talvez devido à velocidade da informação, é propagação de fatos inverídicos, mentirosos. Isso acontece corriqueiramente, o que é uma pena – conclui Antunes.
A jornalista Janaina Gonçalves já trabalhou em diversos meios de comunicação, entre eles O Norte