Pedro Ricardo
Colaboração para O Norte
O anúncio do arrendamento por um período de três anos do frigorífico Kaiowa, sediado em Janaúba, foi recebido durante o V Ciclo de palestras da Expomontes - Exposição agropecuária de Montes Claros, encerrada domingo, como um grande avanço para a pecuária de corte do Norte de Minas. A revelação do arrendamento do Kaiowa por parte do frigorífico Independência foi feita pelo presidente da ACGC - Associação dos criadores de gado de corte do Norte de Minas, João Gustavo Rebello de Paula. Segundo ele, apesar de o arrendamento do frigorífico ter sido acertado no último dia 1o, há informações de que a diretoria do frigorífico Independência não pretende reabrir o Kaiowa ainda neste ano. Porém, para tentar reverter a situação, a diretoria da ACGC pretende manter entendimentos com os diretores do Independência para viabilizar uma alternativa para os pecuaristas norte-mineiros passarem a contar com uma nova alternativa para a venda de seus rebanhos, uma vez que o frigorífico já possui registro de inspeção federal.
POTENCIAL DA PECUÁRIA
Durante a realização do V Ciclo de palestras da Expomontes, o potencial da pecuária norte mineira e as perspectivas de crescimento da atividade foram ressaltados por vários técnicos presentes ao encontro, entre eles por Eládio Curado Filho, da ACNB - Associação dos criadores de Nelore do Brasil. Segundo ele, o Norte de Minas possui uma dos melhores plantéis de gado do país e atualmente ocupa a segunda colocação entre as oito regiões brasileiras que apresentam maiores perspectivas de crescimento do agronegócio, de acordo com levantamento realizado pelo Anual Pec. Eládio Curado destacou que a qualidade da pecuária de corte do Norte de Minas coloca a região entre as mais promissoras do país, além de atualmente ocupar a segunda colocação no estado em termos de quantidade de cabeças, superando 2,2 milhões de reses.
Ainda segundo o técnico da ACNB, numa visão de médio e longo prazos os pecuaristas do Norte de Minas precisam definir uma atuação mais competitiva no mercado de comercialização de carne, com o lançamento de uma marca especial levando-se em conta a qualidade e o diferencial do produto. Eládio Curado diz que o mercado interno de consumo de carne precisa ser ampliado e, entre outras estratégias, os pecuaristas devem se preocupar em investir na busca contínua da qualidade, o que já tem sido perseguido por grande parte dos produtores rurais da região, além de garantirem um posicionamento no mercado com uma marca específica para o produto.
Quanto às perspectivas de preços, o gerente do departamento de mercado futuro do Bradesco, José Lázaro Ferreira, diz que, com a possibilidade das taxas de juros começarem a cair a partir de setembro, o preço do dólar deverá recuperar seu valor frente ao real e com isso as exportações brasileiras ganharão novo fôlego.