Neste domingo, 20, é celebrado em todo o país, o Dia da Consciência Negra – data que marca a morte de Zumbi dos Palmares, escravo que foi líder do Quilombo dos Palmares e simbolizou a luta do negro contra a escravidão que sofriam os brasileiros de raça negra.
De acordo com o historiador, Jânio Dias, o preconceito no Brasil vai além da questão racial, poucas pessoas tentam disfarçar, mas, a grande maioria é racista abertamente.
- Nossa herança racista vai além da cor, ela atinge não só os afros descentes, mas também religião, os eventos culturais, a sociedade de um modo geral, os meios de produção, até mesmo a sexualidade. Aceitar ou rejeitar o diferente está incutido nas nossas práticas cotidianas. No fundo todos nós temos algum tipo de preconceito comportamental. Resultado dos fortes laços com o mundo europeu.
O professor de história, Hilário Bispo da Fonseca afirma já ter sofrido preconceito, para ele o Dia da Consciência Negra é uma data de luta.
- De luta contra qualquer forma de discriminação, seja ela religiosa, política, social, de gênero ou de opção sexual.
Segundo a jornalista a, Andréia Pereira, ainda existe o preconceito mascarado, que é perceptível quando pessoas negras não são vistas em cargos de chefias ou em profissões rentáveis como medicina, engenharia e outras.
- A população tem o que comemorar, mas não muito. A sociedade ainda é muito preconceituosa. E o pior: mantém um preconceito velado, que se revela das mais variadas formas – pontua a jornalista.
CRIME
Dados da Polícia Civil de Minas Gerais apontam que em 2015 foram registradas 326 denúncias de racismo: aproximadamente 27 casos por mês. Em 1989, foi criada a Lei 7716, mais conhecida como “Lei Caó”, que determina a igualdade racial e o crime de intolerância religiosa. (C.A)