O Fiat Cronos chegou no início do ano para ocupar a vaga do Linea e as versões mais refinadas do veterano Grand Siena. E nesse lá ou cá, a marca italiana desenvolveu uma linha ampla para abarcar uma faixa de preços ampla, ser capaz de brigar com os sedãs populares e também flertar junto aos compactos de maior garbo.

A estratégia parece que tem dado certo. Desde o lançamento, em fevereiro, a Fiat já emplacou 18 mil unidades do modelo, sendo que 4 mil foram licenciadas em agosto, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Ele já superou modelos como Renault Logan, Toyota Etios Sedan e o irmão Fiat Grand Siena.

Testamos a versão Drive 1.3, que se posiciona na parte de baixo da tabela. Partindo de R$ 58.490, é a segunda versão mais acessível do sedã, ficando atrás apenas do Cronos 1.3 (sem denominação de versão).

De série, ele basicamente oferece direção elétrica, ar-condicionado e vidros dianteiros elétricos e rádio com USB. No entanto, a unidade testada foi entregue com todos opcionais disponíveis (ler ficha), que elevaram o preço para R$ 66.600. Se o cliente optar por pintura metálica, o valor chega a R$ 68 mil.

Trata-se de um valor que esbarra na versão Precision 1.8, que parte de R$ 66 mil e que, completa, beira os R$ 70 mil, mas oferece conteúdos como ar-condicionado digital, sensores de chuva e crepuscular, além de um motor 30 cv mais potente.

RAZÃO
Mas o Cronos Drive 1.3 figura como opção de compra racional. É para aquele consumidor que precisa de espaço abundante para bagagem, com bom nível de conforto e comodidade, além de eficiência. Por falar em eficiência, o motor 1.3 de 109 cv é a grande cereja do bolo, pois alia bom comportamento com baixo consumo, na casa dos 14,2 km/l (com gasolina) no combinado entre trajeto urbano e rodoviário.

O Cronos Drive 1.3 tem bons atributos para se posicionar no mercado, mas peca pela carência de conteúdo de série, o que faz com que o consumidor, numa compra racional, olhe para o que os concorrentes oferecem na mesma faixa de preço.

Raio-X Fiat Cronos drive 1.3
O que é?
Sedã compacto, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na planta de Córdoba (Argentina).

Quanto custa?
Entrada: R$ 58.490
Testado: R$ 66.660

Com quem concorre?
O Cronos Precision 1.3 (manual) se posiciona na seara dos sedãs pequenos. Assim, concorre com Chevrolet Prisma LT 1.4 (R$ 59.290), Ford KA+ SE 1.5 (R$ 57.990), Hyundai HB20S Comfort Plus 1.6 (R$ 59.230), Nissan Versa SV 1.6 (R$ 57.490), Renault Logan Dynamique 1.6 (R$ 59.650), Toyota Etios Sedan X-Plus 1.5 (R$ 57.770) e Volkswagen Virtus MSI 1.6 (R$ 59.990).

No dia a dia
Segue a receita dos demais modelos do segmento. O acabamento é simples, mas a montagem é convincente, sem rebarbas ou peças mal encaixadas. O nível de ruído também é baixo, apesar de o isolamento acústico estar longe de ser exemplar, principalmente acima dos 100 km/h e quando a rotação está acima dos 3 mil rpm.

A versão testada está equipada com todos os conteúdos opcionais disponíveis: ar-condicionado, sensores de ré, retrovisores elétricos, vidros elétricos nas quatro portas, multimídia de sete polegadas e câmera de ré, que somam à direção elétrica, rodas de liga leve aro 15 e faróis de neblina, que elevam o preço do carrinho e faz esbarrar com a versão Precision 1.8.

O modelo se destaca pelo bom espaço interno, tanto para quem viaja na frente quanto atrás, mas nada que impressione, como no Versa ou Virtus. Ocupantes de estatura elevada que se sentarem à frente fatalmente irão espremer quem vai na segunda fileira. Por outro lado, o espaço para bagagem é excelente: são 520 litros que permitem ocupar muita bagagem e não faz feio frente a modelos referência como Logan e Cobalt.

Motor e transmissão
O motor Firefly 1.3 8v de 109 cv e 14,2 mkgf faz do Cronos um automóvel esperto, mas a potência só aparece mesmo acima dos 3 mil rpm. Por outro lado, tem boa oferta de torque em baixa rotação, o que facilita nas arrancadas em ladeira. A caixa manual de cinco marchas é a mesma de sempre, com engates longos e pouco precisos. O ideal seria que a Fiat adotasse a caixa manual de seis marchas, que já comercializou no Fiat 500, que tem melhor escalonamento, é justa e favorece a eficiência.

Como bebe?
Abastecido com gasolina, registrou média de 14,2 km/l no trajeto combinado entre rodoviário e urbano.

Suspensão e freios
A suspensão segue o “padrão” com eixo rígido na traseira e independente McPherson na frente. O acerto é bom e garante boa firmeza em velocidades mais altas, sem comprometer o conforto em pisos irregulares. Os freios são a disco (na frente) e tambor (na traseira). Mas é preciso ficar atento, pois a versão não oferece controle de estabilidade (ESP), nem como opcional.

Pontos positivos
Consumo
Montagem

Pontos negativos
Pacotes de opcionais caros
Isolamento acústico precário
Falta ESP