(Flavio Tavares)
Especialistas em recrutamento e recursos humanos avisam: 2018 será o ano da transformação tecnológica. Mas o que isso quer dizer, na prática? Como afetará o mercado de trabalho e a busca por emprego? Simples: que estarão no topo da lista dos profissionais mais requisitados os que se colocarem à frente do tempo.
“As empresas estão extremamente ligadas à tecnologia, sejam elas de que ramo forem, pois precisam acompanhar a aceleração tecnológica”, justifica a headhunter Fernanda Nogueira, consultora associada sênior da Upside Group, empresa de Belo Horizonte especializada em gestão de capital humano.
“Além disso, é importante que identifiquem oportunidades de mercado, estando presentes nas mí-dias digitais e se aproximando dos clientes”, acrescenta.
De acordo com Fernanda, até mesmo profissionais que não são donos do próprio negócio devem ter autonomia sobre a força de trabalho, ancorados, principalmente, em estratégias tecnológicas para gestão de tempo.
“Ninguém tem tempo mais de gerenciar ou micro-gerenciar outro profissional. O empregado também precisa ser o próprio gestor e essa habilidade muitas vezes está atrelada à evolução da tecnologia”, explica a especialista.
RETOMADA
A profissional destaca como promissoras as áreas de compliance – profissionais ligados às normas das corporações, alinhados às políticas e diretrizes estabelecidas para cada negócio – e os conselheiros de empresas, que ajudarão as companhias a retomar o fôlego com uma gestão mais segura da contabilidade.
“Nos últimos anos, as empresas se preocuparam em resolver problemas. Agora, precisam voltar a crescer”, argumenta, acrescentando os cargos de CFO (Chief Executive Officer) e aqueles ligados aos departamentos pessoais.
“Os DPs se transformaram em locais estratégicos para os negócios. Ajudam a agregar valor às empresas. Deixaram de ser um setor meramente operacional e tornaram-se consultivos”, pontua a consultora da Upside Group.
NOVA POSTURA
Vice-presidente da Thomas Case & Associados – consultoria com mais de 40 anos de atuação na gestão de carreiras e Recursos Humanos, Fátima Trindade ressalta também as necessidades colocadas pelo mercado globalizado no que diz respeito à mudança de consciência profissional. Para ela, mais do que seguir tendências, é preciso que o profissional modifique a própria postura diante da nova realidade.
“É preciso estar aberto a outras funções, sempre buscando aprender atividades, sendo praticamente um multitarefa. É importante se capacitar em outras disciplinas e cursos, mesmo que não sejam correlatos à área principal de atuação. Isso potencializa a carreira”, orienta.
Ela enumera como áreas prósperas ciência de dados (ligada à tecnologia da informação), marketing digital, engenharia de software e ainda profissões ligadas à área comercial para novos mercados, finanças, logísticas e às descobertas direcionadas para a saúde.
“É primordial entender que devemos buscar conhecimento por meio de formação superior, de idiomas ou da atualização em cursos pontuais”, completa.