As dores e delícias de ser o carro que é

Polo 200 TSI: acabamento pobre e mecânica moderna

Marcelo Ramos
Hoje em Dia - Belo Horizonte
02/03/2018 às 19:10.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:40
 (Fotos Marcelo RAmos)

(Fotos Marcelo RAmos)

O Volkswagen Gol é um carro espartano, para não chamá-lo de paupérrimo. Por outro lado, o Golf é extremamente qualificado. O primeiro orbita na base da gama da VW, entre R$ 44 mil e R$ 50 mil, enquanto o segundo não sai por menos de R$ 80 mil. E nesse imenso hiato reside o Polo.

O Gol foi líder de vendas no Brasil por quase 30 anos por ser um automóvel resistente, ter preço acessível e baixo custo de manutenção. Já o Golf continua sendo o carro mais vendido da Europa (quase meio milhão de unidades em 2017) por associar espaço, conforto e motorização eficiente. Na Europa, o Polo é um Golf em escala para o consumidor que busca algo mais em conta. Vendeu só no Velho Mundo nada menos que 255 mil unidades no ano passado.

O Polo é um projeto moderno, lançado praticamente junto com a versão europeia e conta com plataforma modular MQB (que pode espichar ou encolher de acordo com o modelo), o que lhe garantiu bom espaço interno e também para bagagem. A grande vedete do hatch é o motor turbo três cilindros TSI 1.0 de 128 cv e 20 mkgf de torque, que faz dele um carro ágil e econômico. A unidade é inclusive três cavalos mais potente do que a que equipa o Golf.

Testamos a versão Comfortline 200 TSI, que impressiona pelo bom comportamento do motor e também pela transmissão automática de seis marchas. A unidade avaliada ainda conta com o máximo de equipamentos disponíveis para a versão, e recursos como partida sem chave, ar-condicionado digital e multimídia com conexões Apple CarPlay e Android Auto nos fazem sentir num Golf. 

Mas basta trabalhar o sentido do tato para saber que há um ranço forte de Gol no Polo. O acabamento é pobre, com plásticos duros por todos os cantos. Couro? Somente no volante e no acabamento da alavanca da transmissão. Quem quiser bancos mais elegantes terá que recorrer ao setor de acessórios. 

Para um automóvel avaliado em quase R$ 71 mil, careceria de mais de refinamento. Isso porque no mercado brasileiro ele é listado como compacto premium e não apenas compacto. São as distorções do mercado, que tenta colocar carroceria semelhante em balaios diferentes. Daí, tem-se uma expectativa de maior sofisticação no acabamento e montagem. 

VW Polo Comfortline 200 TSI 1.0

O que é?
Hatch compacto, quatro portas e cinco lugares.
 
Onde é feito?
Fabricado na planta de São Bernardo do Campo (SP).
 
Quanto custa?
Base: R$ 67.150
Testado: R$ 70.650
 
Com quem concorre?
O Polo Comfortline se posiciona entre hatches compactos que dispensam caixa manual. Seus concorrentes são Chevrolet Onix LTZ 1.4 AT6 (R$ 63.790), Citroën C3 Exclusive 1.6 AT6 (R$ 65.490), Fiat Argo Precision 1.8 AT6 (R$ 68.290), Ford Fiesta SEL Style EcoBoost AT (R$ 69.790), Hyundai HB20 Premium 1.6 AT6 (67.650) e Peugeot 208 Griffe 1.6 AT6 (R$ 70.490).
 
No dia a dia
A versão Comfortline equipada com o pacote Tech II oferece muita comodidade a bordo, com recursos como acendimento automático dos faróis e limpadores do para-brisas, monitoramento de pressão dos pneus, câmera de ré, sensores dianteiros e traseiros que facilitam a vida no trânsito. A posição de dirigir é baixa, típica dos VW, mas há regulagem de altura do banco. O espaço também é satisfatório para quatro adultos, assim como o compartimento de bagagem acomoda razoáveis 300 litros. O que pesa no Polo é o acabamento. A qualidade dos plásticos é muito rudimentar, o que é evidenciado pelo lay-out conservador do painel.
 
Motor e transmissão
O motor três cilindros turbo TSI 1.0 de 128 cv e 20 mkgf de torque é a cereja do bolo do Polo. Ele é tão valente que no trânsito não se pode bobear com o pedal do freio, pois até na subida ele tende a avançar. A transmissão automática de seis marchas é a mesma que equipa Golf e Audi A3 Sedan e tem respostas rápidas e muito suaves.
 
Como bebe?
Abastecido com gasolina, ele registrou média de 11,3 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário.
 
Suspensão e freios
A suspensão do hatch alemão segue a configuração convencional do mercado, com eixo rígido na traseira e independente McPherson na frente. O acerto privilegia a estabilidade e é muito firme. Em pisos irregulares, ele não se preocupa em maltratar quem está a bordo. Pessoalmente, prefiro ajustes mais firmes, mas a longo prazo pode se tornar bastante incômodo. Os freios são a disco nas quatro rodas e respondem com muita eficiência. 
 
Pontos positivos
Consumo
Desempenho
Motor e câmbio
Isolamento acústico
 
Pontos negativos
Acabamento
Suspensão muito firme

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