ACI elabora projeto de reconstrução da BR 135 ao custo de R$ 101 mil

Jornal O Norte
12/01/2006 às 10:36.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:28

A falta de investimentos na infra-estrutura do Norte de Minas, principalmente no que se refere à recuperação das estradas, está causando um prejuízo mensal de aproximadamente R$ 15 milhões para as empresas e a economia regional. Essa  afirmação é do presidente da ACI - Associação comercial, industrial e de serviços de Montes Claros, Jamil Habib Curi. Para reverter o problema, salienta o empresário, há necessidade de haver uma união de esforços envolvendo as empresas privadas e os governos estadual e federal, a fim de que pelo menos as estradas da região tenham boa infra-estrutura e assegurem às empresas a continuidade dos investimentos que a região já tem recebido através da implantação de novos empreendimentos.

Segundo Jamil Habib Curi, a Engesolo Engenharia já está concluindo a revisão do projeto de recuperação da BR 135 e no máximo na primeira quinzena de março a ACI vai entregar o projeto à diretoria do Dnit - Departamento nacional de infra-estrutura de transportes para que seja licitado. Numa parceria com o Sindinor - Sindicato das empresas de transporte de cargas do Norte de Minas, prefeitura de Montes Claros e empresas privadas, a ACI decidiu pagar R$ 101 mil para concluir a elaboração do projeto de reconstrução da BR 135.

- Como o Dnit não possui atualmente um departamento para elaboração de projetos e encontra uma série de dificuldades para contratar empresas para atender essa demanda, numa iniciativa da ACI, a classe empresarial tomou a decisão de custear o serviço – salienta Jamil Curi.

Na sua opinião, a decisão foi acertada, porque se isto não acontecesse a reconstrução da BR 135 iria demorar um período ainda mais longo.

A previsão inicial da diretoria da ACI é de que a reconstrução da BR 135 demandará um investimento de R$ 200 milhões, envolvendo um trecho de 300 quilômetros ligando Montes Claros à BR 040. A ACI defende a idéia de que, após a realização das obras, o governo federal institua a cobrança de pedágio na rodovia e a repasse para administração e conservação por parte de uma empresa privada.

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO

Por outro lado, salienta Jamil Curi, diante da primeira experiência da ACI em estabelecer uma parceria público privada com o governo federal, a entidade abre o caminho para consolidar ainda neste ano a implantação de uma agência de desenvolvimento regional, que se dedicará à identificação das principais demandas da região e elaborará projetos para prefeituras e os governos federal e estadual.

- Se quisermos alavancar o desenvolvimento do Norte de Minas, não podemos continuar esperando a iniciativa dos governos municipais, estadual e federal. Temos que agir com firmeza, pois, o que falta atualmente aos governos é agilidade para acompanhar o ritmo de desenvolvimento que a iniciativa privada precisa para consolidar novos investimentos no Norte de Minas – salienta Jamil Curi.

Na opinião dele, enquanto o Norte de Minas vem recebendo nos últimos anos grandes investimentos com a implantação de novos empreendimentos no Projeto Jaíba, na ampliação da fábrica da Novo Nordisk e mais recentemente, com o anúncio da implantação de uma usina de biodiesel da Petrobrás em Montes Claros, a região não conta com a infra-estrutura necessária para dar o suporte às novas demandas que estão surgindo.

INFORMAÇÕES CONSISTENTES

Por isso, salienta o presidente da ACI, a criação da Agência de Desenvolvimento Regional será de grande valia para subsidiar o governo de informações consistentes sobre a região e, com base na elaboração dos projetos que serão bancados pela iniciativa privada, o poder público terá condições de agilizar a viabilização de novos investimentos na região.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Norte de Minas, Antônio Henrique Sapori confirma que as transportadoras e as firmas de transporte coletivo estão acumulando mensalmente uma série de prejuízos. Só no caso da Transnorte, da qual é diretor, Antônio Henrique Sapori, revela que para a manutenção de 40 ônibus que diariamente fazem a linha Montes Claros/Belo Horizonte a empresa está acumulando um prejuízo de R$ 200 mil, envolvendo a recuperação de veículos estragados e contratação de novos funcionários. Isto porque, devido ao aumento do tempo de viagem pela BR-135, os motoristas precisam de um tempo maior de descanso.

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