Seis Mineirões a menos

Copa da Rússia teve ocupação nos estádios inferior à competição do Brasil em 398.105 cadeiras, com índice de 93,91%, enquanto a de 2014 chegou a 98,41%

Frederico Ribeiro
Hoje em Dia - Belo Horizonte
17/07/2018 às 07:35.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:27

MOSCOU – Quando os jogadores da França já sabiam que iriam pregar os dedos na taça, o Luzhniki Stadium anunciava que, pela sétima vez na Copa do Mundo, teve todos os seus 78.011 lugares tomados. Mas o Mundial da Rússia, diante de todo o sucesso que levou o presidente da Fifa a classificá-lo como o melhor de todos os tempos, derrapou no público.

Em comparação com o sucesso popular da Copa de 2014, no Brasil, o torneio disputado entre 14 de junho e 15 de julho teve 398.105 cadeiras ocupadas a menos que a edição passada, vencida pela Alemanha, o que equivale a seis vezes a capacidade do Mineirão.

A taxa de ocupação russa faz inveja a qualquer edição do Brasileirão que será retomado agora. Entretanto, não se destaca em comparação com a Copa de 2014 e nem com as últimas edições do Mundial.

Tendo em mãos estádios de menor capacidade, a Copa da Rússia somou 93,91% de ocupação das cadeiras, contra 98,41% da edição brasileira. Em 2014, a média de público de 55.386 só foi inferior à marca de 1994, nos Estados Unidos, quando 68.991 torcedores comparecerem aos estádios em cada partida.

Em solo russo, o futebol é o esporte número um, mas o hóquei é um forte adversário. Patins sobre o gelo e o taco na mão é algo considerado, por muitos, como religião.

A Rússia é uma potência no ringue e não apresenta a mesma performance com a bola nos pés. Algo que Gianni Infantino já projeta mudar com o pós-Copa e, quem sabe, fazer alavancar os 14 mil torcedores registrados na média de público do último Campeonato Russo da Primeira Divisão.

“A Rússia mudou. Se transformou num real país de futebol, onde não é só a Copa que eles organizaram, mas que ficará como parte do país. O que foi feito aqui é para o futuro, que colocará a Rússia a entrar no top 10 do futebol Mundial”, afirmou Infantino.
 
CAPACIDADE MENOR
O que contribuiu para a baixa nos números de audiência física dos jogos da Copa do Mundo de 2018 foi o tamanho dos estádios. Com 12 arenas em 11 cidades, a Rússia ofereceu 3.228.077 de cadeiras aos torcedores, contra 3.485.259 do Brasil.

Se os russos tinham o próprio Maracanã, o Luzhniki, que sempre contabilizou os públicos dos jogos como sendo os ingressos vendidos e não os ingressos utilizados, faltou o espelho de um Mineirão ou Mané Garrincha, ambos também com mais de 60 mil lugares.

Da meia dúzia de arenas, nove tinham capacidade igual ou inferior a 45 mil. Só Luzhniki (78.011), São Petersburgo (67 mil) e Sóchi (48 mil) superaram esta barreira.

Por falar em Sóchi, que não tem time de futebol profissional, é a grande candidata a ser a Brasília russa, com seu elefante branco, como é o Mané Garrincha, ainda que a Fifa fale em “planos concretos para que os estádios continuem vivendo”.

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