(Washignton Alves/light press/cruzeiro)
O Mineirão suspendeu na última segunda-feira a cobrança judicial que fazia contra o Cruzeiro pelo não pagamento das despesas dos jogos desde agosto de 2013. Isso aconteceu porque a administração do estádio percebeu que o clube passou a ter um novo modelo de gestão com a mudança de diretoria, inclusive pagando, regularmente, todos os gastos de 2018.
Segundo uma pessoa ligada aos dois lados, o Cruzeiro já pagou ao Mineirão por todos os jogos que fez no estádio nesta temporada e este valor, em média, é de cerca de R$ 155 mil por partida.
Diante disso, a ação que cobra cerca de R$ 9 milhões pelo não pagamento das despesas no segundo semestre de 2013 e em todas as temporadas de 2014 e 2015 está suspensa por 30 dias, pois o Mineirão acredita que a nova postura do clube permite que aconteça uma negociação.
O Cruzeiro deve ainda cerca de mais R$ 10 milhões ao Mineirão pelo não pagamento das despesas em 2016 e 2017. Com base nesse número, é possível fazer a conta de que o clube paga cerca de R$ 5 milhões, por ano, para jogar no Gigante da Pampulha.
Ano passado, o Cruzeiro fez 37 partidas no Mineirão. Este valor de R$ 5 milhões dividido pelo número de jogos dá uma média de R$ 135 mil por confronto. Tem de se ressaltar que, por contrato, o clube paga apenas 70% das despesas à administração do estádio. Elas são referentes principalmente a segurança, orientação do público e limpeza.
PARCERIA
Um ponto fundamental para que o Mineirão percebesse a mudança de postura administrativa do Cruzeiro foi a criação pelo clube da Diretoria de Gestão de Arena, que é ocupada por Aristóteles de Paula Lôredo, que deixou no início do mês a diretoria de tecnologia da informação.
O contrato entre Mineirão e Cruzeiro prevê alguém do clube trabalhando diretamente dentro do estádio, mas isso nunca aconteceu.
Segundo pessoas ligadas à administração do estádio, isso fez com que o clube pagasse muitas despesas desnecessárias em determinados jogos, por abrir setores demais da arena sem que houvesse público para isso.
POLÊMICA
Iniciada em 2013, a parceria entre Cruzeiro e Mineirão passou a viver turbulências a partir da final da Copa Libertadores daquele ano, quando o Atlético jogou no estádio, usando uma das datas a que o Governo de Minas tem direito, sem pagar as despesas da partida contra o Olimpia, do Paraguai.
Como o contrato entre as partes diz que qualquer benefício que outro clube tiver no estádio, que o Cruzeiro não conta, será incorporado ao documento, a diretoria cruzeirense anterior entendeu que o Atlético recebeu uma vantagem que não estava em seu contrato.
Na justiça, o Cruzeiro vem sofrendo derrotas, pois o Atlético usou naquela oportunidade uma data do Governo de Minas, que prevê o uso do estádio sem o pagamento das despesas.