Por um lado, perda de competitividade na fase de classificação. Pelo outro, aumento da emoção e da possibilidade de “zebra” no mata-mata. Assim pode ser resumida a mudança na fórmula do Campeonato Mineiro neste ano, com a volta das quartas de final após oito edições consecutivas sob um mesmo formato, mais enxuto e direto.
Objeto de uma queda de braço nos bastidores entre clubes da capital e do interior, o acréscimo de uma etapa eliminatória beneficia, em tese, os times menores. “A antiga fórmula (quatro vagas diretas nas semifinais) era boa para América, Atlético e Cruzeiro. Basicamente, eles já entravam garantidos, enquanto todos os demais disputavam a última vaga”, comemorou Alberto Simão, diretor do Villa Nova e principal articulador da mudança.
Nos oito Estaduais disputados desde a extinção das quartas de final, em 2009, o “monopólio” dos gigantes não aconteceu apenas em três ocasiões, com Ipatinga e Democrata (2010), Villa Nova e Tombense (2013) e Caldense e Tombense (2015) avançando juntos para o mata-mata.
DESMOTIVAÇÃO
Por outro lado, como argumentavam os clubes da capital, o apelo comercial e o nível técnico da primeira fase tendem a cair, uma vez que oito dos 12 participantes seguirão vivos, reduzindo assim a importância dos confrontos direitos na etapa de classificação.
Apesar de já terem sido adotadas em um passado recente, as quartas de final terão importantes novidades neste retorno. Em vez do tradicional duelo em partidas de ida e volta, a passagem será decidida em jogo único, com mando de campo da equipe de melhor campanha. Em caso de empate, a vaga será disputada nos pênaltis, aumentando as probabilidades de uma ou mais surpresas nesta etapa do torneio.
Vale destacar que o mandante terá também o direito à renda da partida, e isso pode valer um incentivo a mais, principalmente para os clubes do interior.
Por determinação do Estatuto do Torcedor, a mudança na fórmula deve valer por pelo menos duas temporadas. Desta maneira, sendo aprovado ou não, o novo formato será repetido na edição 2019.
RENDA
Outra novidade neste ano é o aumento das cotas referentes aos direitos de transmissão televisiva. Segundo o blog Toque Di Letra, o contrato do Mineiro foi reajustado para R$ 37 milhões, sendo que Atlético e Cruzeiro levarão R$ 12,3 milhões cada, o América ficará com R$ 2,9 milhões, e os clubes do interior receberão entre R$ 850 mil e R$ 875 mil.
O que não muda é o troféu de “Campeão do Interior”. Em caso de empate entre as melhores campanhas, as equipes mais bem colocadas disputarão a taça em jogos de ida e volta.