Inteligência alvinegra

Em se tratando de Copa do Brasil, Galo usa melhor os dois estádios de Belo Horizonte

Alexandre Simões
Hoje em Dia - Belo Horizonte
12/12/2017 às 19:47.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:12

Na segunda matéria da série que detalha os desempenhos de Atlético e Cruzeiro nas últimas cinco temporadas, no que se refere a público e renda, a comparação dos números do Galo nas duas competições nacionais (Brasileirão e Copa do Brasil) mostra uma diferença significativa e evidencia que o clube perde sim dinheiro ao optar por um estádio com capacidade reduzida para a maioria dos seus jogos pela Série A.

No caso do Cruzeiro, as médias de público de Brasileirão e Copa do Brasil são parelhas, mas a competição de mata-mata é muito mais rentável, pois o clube cobra um valor mais alto no ingresso, chegou longe em três das cinco edições e tem um grande número de clássicos nacionais.

De toda forma, nos dois torneios, em média, o Cruzeiro não consegue uma taxa de ocupação de 40% do Mineirão, evidenciando que o Gigante da Pampulha é grande demais para sediar todas as partidas do clube como mandante.

Entre 2013 e 2017, o Atlético disputou 12 partidas de Copa do Brasil como mandante, pois nas cinco temporadas o clube jogou a Libertadores e entrou na competição nacional já nas oitavas.

E uma divisão dos confrontos entre Independência e Mineirão faz com que o Galo tenha números muito superiores na Copa do Brasil numa comparação com o Brasileirão.
 
VANTAGENS 
Na Copa do Brasil, o Atlético leva, em média, 8.046 torcedores a mais a seus jogos. Além disso, arrecada bruto, também em média, quase R$ 1,2 milhão a mais. Isso fez com que o Atlético arrecade líquido, em média, quase R$ 1 milhão a mais por partida.

Foram sete jogos no Independência, com 120.779 pagantes e média de 17.254, e outras cinco no Mineirão, com um público total maior (166.905) e quase o dobro de média (33.381).

Mas o que impressiona mesmo é que se o Atlético tivesse apenas a diferença de 6% nas médias de público entre as duas competições como o Cruzeiro, ele levaria em suas partidas do Brasileirão 6.608 torcedores a mais. Projetados para os 95 jogos de Série A disputados entre 2013 e 2017, dariam ao clube 627.760 pagantes em cinco anos, cerca de 125 mil por temporada.

Se for considerado o preço médio do ingresso do Atlético na Série A, que é de R$ 30,90, esses quase 630 mil torcedores a mais que o clube poderia ter renderiam bruto mais R$ 19,3 milhões, quase R$ 4 milhões por ano.
 
TAXAS
O Atlético tem um contrato de exploração comercial do Independência, numa parceria com a Lu Arenas, mas em seus balanços anuais sempre registra que não teve lucro com a atividade. No que se refere a taxas descontadas nos borderôs, os dois estádios de Belo Horizonte, pelo menos em jogos do Atlético pela Copa do Brasil, mostram números parecidos.

No Mineirão, dos R$ 11.789.105 arrecadados pelo Galo nos cinco jogos de Copa do Brasil que disputou lá, o clube ficou com R$ 7.320.740,65, pouco mais de 62%.

No Independência, dos R$ 8.458.059,00 arrecadados brutos em sete partidas, ficaram para o Galo R$ 5.539.036,38, cerca de 65%.

De toda forma, a comparação dos números de público e renda das competições nacionais permite uma conclusão que parece mais do que óbvia. A de que o Cruzeiro faz vários jogos para o Independência no Mineirão, e de que o Atlético usa o Horto em vários confrontos que lhe renderiam muito mais se disputados na Pampulha.

Amanhã: Os números dos clássicos entre os rivais e do Campeonato Mineiro.



 

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