Disparidade impressionante

Palmeiras e Corinthians têm renda de jogos muito superior a Atlético e Cruzeiro em 2018

Alexandre Simões / Frederico Ribeiro
Hoje em Dia - Belo Horizonte
20/04/2018 às 01:26.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:26
 (BRUNO CANTINI/ATLÉTICO)

(BRUNO CANTINI/ATLÉTICO)

Em 18 de janeiro o Palmeiras estreou no Campeonato Paulista fazendo 3 a 1 no Santo André no Allianz Parque. Os 31.678 pagantes proporcionaram renda líquida de R$ 1.240.285,86. Este valor é superior a tudo o que o Atlético arrecadou nas oito partidas em que foi mandante no Campeonato Mineiro, incluindo dois clássicos contra o Cruzeiro. O lucro do Galo com o Estadual, em bilheteria, foi de R$ 1.195.277,71.

Este é apenas um exemplo do abismo na arrecadação com jogos entre as duas maiores forças dos dois principais estaduais do Brasil nesta temporada. E os números mostram que, se com direitos de televisão o Corinthians arrecada três vezes mais que Atlético e Cruzeiro, e o Palmeiras quase o dobro, quando o assunto é renda líquida dos jogos, a disparidade é ainda maior.

Apesar do caráter popular da sua torcida, o Corinthians, cada vez que é mandante de uma partida em 2018, considerando-se aqui todas as competições, arrecada cinco vezes mais que o Atlético e quase três em relação ao Cruzeiro. Quando se coloca na parada o Palmeiras, maior fenômeno neste aspecto no Brasil, a diferença é ainda mais impressionante.

Neste ano, o Porco tem uma média de arrecadação bruta de R$ 2,3 milhões. No Cruzeiro, este número é de R$ 650 mil. No Atlético, de R$ 230 mil.

Sim, os jogos do Galo nesta temporada têm, em média, uma renda bruta dez vezes menor que a do Palmeiras. E essa baixa arrecadação com as partidas em que é mandante não é exclusividade deste ano. Ela já está refletida no balanço do clube de 2017, que aponta uma queda de quase R$ 12 milhões em relação ao valor de 2016.
 
CRUZEIRO
Uma marca do Campeonato Mineiro de 2018 foi a grande presença de público em alguns jogos do Cruzeiro no Mineirão. No final das contas, a média de pagantes do clube foi de 26.739, o que representa cerca de 45% de taxa de ocupação, considerando que o Gigante da Pampulha comporta 61.846 torcedores segundo o site oficial da CBF.

A média de público cruzeirense está muito próxima da alcançada por Palmeiras (31.193) e Corinthians (29.155) no Campeonato Paulista. Mas foi fruto de uma diferença significativa no tíquete médio. O corintiano foi de R$ 52,03 e o palmeirense de R$ 64,02. O cruzeirense ficou em R$ 20,35. O atleticano pagou, em média, R$ 15,90 para ver seu time em ação no Estadual.

No que mais importa, que é a arrecadação do clube, descontados os valores que o Cruzeiro tem de repassar ao Mineirão – em média R$ 155 mil por jogo –, e não são descontados no borderô das partidas, a Raposa faturou com o Estadual cerca de R$ 1,7 milhão, isso em nove confrontos como mandante.

Nos jogos pela Copa Libertadores e Campeonato Brasileiro, em que o tíquete médio foi mais alto que o praticado no Estadual, a presença de público foi abaixo da esperada pelo clube. A estreia cruzeirense na Série A, por exemplo, sábado passado, contra o Grêmio, teve o segundo pior público pagante (15.252) do Cruzeiro na temporada, superando apenas os 13.431 dos 2 a 0 sobre o Patrocinense, em 17 de março, pelas oitavas de final do Campeonato Mineiro.

Está evidente que as diferenças se devem ao maior poder aquisitivo dos paulistanos em relação aos belo-horizontinos. Mas também está claro que para diminuir o abismo de arrecadação em relação aos clubes paulistas, Atlético e Cruzeiro precisariam contar com as suas torcidas.

Sem dúvida, faturar com os jogos, produto maior dos clubes, é um desafio que une atleticanos e cruzeirenses.

PAULISTÃO – Foram arrecadados R$ 7,18 milhões nos dois jogos finais
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