Dois tetracampeões. Duas equipes que protagonizaram um duelo emocionante na temporada passada e podem ganhar a concorrência de uma terceira na luta pelo degrau mais alto do pódio. E uma série de novidades ditadas pela segurança e pela tentativa de tornar o espetáculo mais interessante e reaproximar o público da principal categoria do automobilismo. O circo está de volta para mais um Mundial que, ao menos na teoria, traz motivos de sobra para compensar a ausência brasileira no grid. O GP da Austrália abre, neste fim de semana, um ano marcado pelo recorde de 21 etapas, que tem tudo para ser decisivo na luta pelo prestígio perdido. O campeonato de 2018 é mais um passo no esforço da norte-americana Liberty Media, dona dos direitos comerciais da F-1, para aproximar o espetáculo do público, mantendo a aura de exclusividade apenas dentro da pista. Todo o esforço será inútil caso os pegas não sejam capazes de atrair os olhos do mundo. Os testes de pré-temporada mais uma vez sugerem superioridade da Mercedes (campeã desde 2014) e Ferrari, mas há quem aposte na capacidade da Red Bull de se juntar à festa, mesmo com um motor Renault que, na teoria, é inferior aos rivais. Lewis Hamilton desmentiu os rumores de que poderia se aposentar depois do tetra e, dono do recorde de poles, ruma agora para igualar a marca do lendário argentino Juan-Manuel Fangio. Tetra como o inglês, Sebastian Vettel espera finalmente fazer a festa dos tifosi. No ano passado, o alemão liderou até o GP da Itália, mas uma combinação de problemas mecânicos e acidentes encerrou antes da hora um duelo que parecia destinado a se resolver apenas em Abu Dhabi, na última prova.